Pelebrói Não Sei? volta à cena com novo álbum

Ícone do punk rock curitibano lança "Desiderato", álbum de músicas inéditas que marca retorno aos palcos depois de 18 anos

Depois de 18 anos sem lançar novas músicas, a banda curitibana Pelebrói Não Sei? volta à cena com o álbum “Desiderato”. As 13 faixas foram gravadas em Porto Alegre no estúdio Valley Hill com o renomado produtor musical David Pacote. 

A volta à cena era muito muito aguardada e vem sendo celebrada pelos fãs e amigos da banda. Tanto que o primeiro e segundo lotes de ingressos para o show de lançamento de “Desiderato” esgotaram em poucos dias. O evento acontece no dia 7 de julho, no Armazém Garagem (outras informações aqui).

“Desiderato” marca mais do que a volta do Pelebrói. Segundo o vocalista e compositor, Oneide Diedrich, o novo álbum mostra o amadurecimento da banda. Ele comenta que tem muita esperança e alegrias nas letras.

“Mas ainda existe o tom criativo e divertido que faz parte do DNA da banda desde seu surgimento, em 1995. Nosso objetivo continua sendo tocar punk rock tomando cerveja entre amigos”, diz Oneide.

E esse tom “pelebrônico” fica claro em qualquer encontro da banda e, de repente, eles parecem ser novamente os mesmos piás de 30 anos atrás. 

Pelebrói Não Sei?

O baterista Guilherme Bandeira define o momento como uma volta no tempo. “Mesmo com 40 e tantos anos, ainda rola a sensação de estar sendo juvenil, falando merda, querendo música, querendo som nas orelhas, vibração no peito”, conta com um sorriso no rosto. 

Ele continua dizendo que “tirando o nascimento do meu filho, foi a melhor coisa que me aconteceu nos últimos anos. Foi um tesão, ficar com aquelas pessoas ali dentro de um ambiente durante quatro dias gravando ‘Desiderato'”.

Para o guitarrista João Cezimbra, o Joca, o retorno foi maravilhoso. “A experiência foi incrível, Quando vi o resultado, o álbum pronto, fiquei muito feliz. Foi muito emocionante gravar em Porto Alegre, com o Dadi Pacote, porque ele conhece nosso som, nossa intenção”, explica.

Joca diz que “Desiderato” é um resumo da trajetória dos quatro como banda e como indivíduos também.”Nós tivemos um repertório com músicas feitas no final dos anos 1990 e músicas novas. E isso é interessante porque é quase um passeio pelo que a gente foi ao que somos hoje.”

As faixas

Uma das faixas, Blue, conta com a participação de Frank Jorge, músico da lendária Graforréia Xilarmônica, uma das bandas cult mais importantes do país. “Ele apareceu no estúdio durante as gravações e meio que quis participar com a gente. Ficamos muito felizes, é uma honra”, conta Joca.

O grupo anunciou ainda um documentário já em fase de gravação que conta a trajetória dos quatro amigos que começou há quase 3 décadas e deve ter as cenas finais gravadas durante o show de lançamento.

Origens

A história do Pelebrói começa a ser escrita – ou tocada – em 1994, dentro de um ônibus que ia de Curitiba para Foz do Iguaçu. Foi o gosto pelos Ramones que fez com que Oneide e João Antônio Cezimbra, o Joca, começassem a conversar.

Tempos depois, os dois se reencontraram, já morando em Curitiba, ficaram amigos e ali começava uma das bandas mais icônicas da cena local.

O baterista Guilherme “Cachopa” Bandeira foi o terceiro a integrar o grupo. “Conheci o Joca na faculdade e ele me chamou para entrar numa banda que estava montando. No começo o Oneide tocava baixo e éramos um trio”, explica.

Foi só quando Cachopa trocou de curso e foi fazer Engenharia Florestal que conheceu o Paulo Svolenski. “E ele foi o último pelebrother a entrar”, revela Guilherme.

Com três discos lançados e vários shows por todo o Brasil, o Pelebrói  foi considerado uma das grandes revelações do punk rock nacional. 

Liderada pelo vocalista Oneide Diedrich, a banda faz apresentações escrachadas e cheias de energia. 

A seguir, confira comentários faixa a faixa do álbum “Desiderato” feitos por Oneide Diedrich.

1. “Desiderato”

Eu, que sou psicólogo, tinha um paciente que era juiz federal e usava muito essa palavra: “não é do meu desiderato… eu tenho esse desiderato”. 

E essa palavra ficou marcada, procurei o significado no dicionário e achei interessante. 

A música fala de esperança, de desejar a vida, novos caminhos, novos amores. É sobre seguir adiante, superar. Por isso tem duas versões, uma com a banda toda e outra só voz e violão, abrindo e fechando o álbum.

2. “Blue”

É uma composição recente, conta com a participação do Frank Jorge que chegou no estúdio quando eu estava gravando.

Blue fala de esperança também. Fala que as cores da vida dependem da luz que colocamos nelas. Algo triste, visto sob outro prisma pode mudar tudo.

As coisas não são das cores que são, elas estão das cores que são em função da luz que incide sobre elas.

3. “Aquele abraço”

Essa letra foi feita em 2000. Ficou engavetada por quase 20 anos. Essa é uma composição em parceria com o Alan Yokohama, gravada numa versão diferente em um outro projeto meu, o Rollmops Again. 

4. “Cinco pedras na mão”

Toquei essa música centenas de vezes nas noitadas. Foi composta em 1999 em uma viagem pela Argentina, indo de Buenos Aires para Mendoza. Fala de uma angústia, uma incerteza sobre o amor. É anterior ao primeiro disco, mas só agora gravamos.

5. “Iê iê iê”

Escrevi essa música em 2005. É uma música bem “pelebrônica” que fala de amor, de encontros e reencontros e do quanto a figura do objeto de amor traz notícias do outro. “Sempre que você volta, trazes notícias de mim” , ou seja, um se encontra no outro e o outro se encontra no um.

6. “O rolê”

Essa tem uma história curiosa. Uma paciente me falou essa frase uma vez: ele não vale o rolê. Gostei, anotei e foi a partir disso que escrevi essa música no final do ano passado.

7. “O quarto de hotel”

É uma poesia apenas, não está musicada. Gravei pelo celular e mandei pros caras da banda. Só foi colocado um fundo ambientado, mas o áudio é o original.

Quando falo que quero pular do oitavo andar só pra ser notado, me refiro ao músico argentino  Charly Garcia, que pulou do oitavo andar de um hotel dentro da piscina.

8. “Because que”

“Because que” é uma música de 25 segundos, fiz na manhã de quinta-feira antes das gravações e mandei pro David Pacote. Nem sabia que seria gravada.

“Because Que”, ouvi isso de uma brasileira que conheci perto de Londres. E ela usava essa expressão para explicar as coisas, e aí fiz essa brincadeira.

9. “Viva a liberdade”

Essa foi um pedido do nosso baixista, o Paulo. A gente estava escolhendo as músicas do álbum e ele disse: “Cara, podia ter uma música bem porrada, um hardcorzão bem Pelebrói”. Fui para casa pensando nisso e escrevi essa letra. É bem pesada, mas no final também fala de esperança.

10. “Mentiras de um amor que já passou”

Originalmente gravada pelo Dietrich e os Marlenes, em 2006. Era para ter entrado em um álbum que a gente ia gravar uns anos atrás, mas acabou não acontecendo, aí ficou para esse agora. É uma regravação.

11. “Meus pedaços”

Essa música fala de separação, desamor, dor, tudo que está na temática dos outros discos e não pode faltar. É um assunto recorrente na poética do Pelebrói.

12. “As estações”

É uma letra minha, musicada pelo Alan Yokohama. Fiz em Londres, direto pelo celular e falo das minhas andanças pela Europa. Para mim é uma música alegre e esperançosa.

13. “Desiderato” (acústico)

Pedi que entrassem as duas versões porque, além de fechar bem o disco, a versão acústica é a mais próxima da original, da forma como foi composta. 

Serviço

Lançamento do álbum “Desiderato”, da banda Pelebrói Não Sei.

Quando: dia 7 de julho de 2023, a partir das 21h.

Onde: Armazém Garagem. Rodovia Curitiba – Ponta Grossa, BR-277, 2.630 – Santo Inácio, Curitiba. 

Quanto: R$ 50 (3° lote). Na hora (se houver disponível): R$ 60.Como comprar: pelo Sympla (aqui) ou pelo WhatsApp do Armazém Garagem: (41) 99121-8619.

Sobre o/a autor/a

2 comentários em “Pelebrói Não Sei? volta à cena com novo álbum”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O Plural se reserva o direito de não publicar comentários de baixo calão, que agridam a honra das pessoas ou que não respeitem níveis mínimos de civilidade. Os comentários são moderados por pessoas e não são publicados imediatamente.

Rolar para cima