Hilton Als, crítico de teatro vencedor do Pulitzer, fala de si em “Garotas brancas”

Colaborador da "New Yorker" escreve sobre ser negro e homossexual, além de abordar um mundo de referências culturais

Hilton Als talvez seja mais conhecido pelas críticas de teatro que escreve para a revista “The New Yorker”. Embora ele trate de vários outros temas também. Como crítico, venceu o prêmio Pulitzer, o mais importante do jornalismo e das letras nos Estados Unidos. Agora, em “Garotas brancas”, livro que a editora Fósforo acaba de publicar, o que se encontra são ensaios inéditos – e alguns textos muito mais íntimos.

Embora ainda fale de figuras proeminentes da cultura americana – como o comediante negro Richard Pryor e o rapper branco Eminem –, Hilton Als é absolutamente franco – gráfico até – sobre sua homossexualidade e sobre a experiência de ser gay no mundo intelectual e artístico de Nova York.

Hilton Als

Ao todo, “Garotas brancas” soma 13 textos, sendo que o primeiro e o último talvez sejam os mais autobiográficos. 

No primeiro, com o título “Tristes tropiques“, Hilton Als conta um pouco de sua história e da história de sua família, que era de Barbados. Ele também fala sobre sempre se sentir “atraído por pessoas que não são eu, mas são”. 

Em “As mulheres”, ele monta uma teoria sobre como Truman Capote – o autor de “A sangue frio” – se tornou mulher numa foto publicada na contracapa do romance “Other Voices, Other Rooms”. E ele teria se tornado mulher numa época (o ano de 1947) em que as mulheres “reais” (as aspas são de Als) não assumiam a própria feminilidade no meio editorial. Capote era então mais feminino do que as mulheres escritoras daquela época.

Os textos de “Garotas brancas” seguem com uma profusão de referências culturais, muitas delas tão pop quanto “Pulp Fiction” ou tão específicas quanto o quadro “Arroz Con Pollo”, de Basquiat. (Para se ter uma ideia do universo abarcado por Hilton Als no livro, dê uma olhada no índice remissivo.)

Livro

“Garotas brancas”, de Hilton Als. Tradução de Marilene Felinto com colaboração de Ignacio Carvajal. Fósforo, 360 páginas, R$ 99,90 e R$ 74,90 (e-book). Ensaio.

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