Para o escritor e artista visual Guilherme Zawa, uma vida que vale a pena tem a ver com liberdade criativa. Sem ela, fica difícil encontrar o que ele chama de “prazeres possíveis”.
Zawa, que é também psicanalista e colunista do Plural, em texto recente, cita artistas como exemplo de pessoas que têm liberdade criativa. Os artistas tentam “agarrar o momento presente enquanto ele passa, fazendo do agora um momento um pouco mais denso, e não se preocupando com uma imagem ideal de lucro ou sucesso a ser alcançada”.
Essas palavras são importantes porque revelam algumas das preocupações do artista visual que apresenta suas obras na exposição “Instantes horizontes”, na Galeria Ponto de Fuga. Os textos que escreve são, de certa forma, matéria-prima para sua arte.
Lens-based art
Zawa usa a fotografia como ponto de partida de suas obras. O percurso que ele faz envolve outras técnicas – como sobreposição, recorte e pintura em aquarela – e o resultado tem um efeito impactante. Uma imagem mostra, por exemplo, detalhes arquitetônicos e cenas urbanas mergulhadas em um tom intenso de azul.
“Instantes horizontes” reúne dez trabalhos da chamada lens-based art, ou arte baseada em lentes. Nesse processo, a fotografia não é suficiente, ela deixa vazios que o artista deve preencher criando novas possibilidades.
“O enquadramento do real não pode se dar de maneira controlada e é necessário se desfazer do entorno para encontrar o inesperado”, explica a antropóloga Raquel Moraes no texto de apresentação da mostra.
Exposição
“Instantes horizontes”, exposição com obras de Guilherme Zawa. Galeria Ponto de Fuga (Rua Saldanha Marinho, 1.220). A entrada é gratuita. Em cartaz até o dia 14 de março. Confira o trabalho de Zawa na web e no Instagram.