Em “Eternos”, Marvel expande as fronteiras de seu universo cinematográfico

Na guerra de conteúdos travada diariamente pelos grandes conglomerados de entretenimento, nenhuma estratégia foi mais bem-sucedida do que aquela adotada pela Disney através de sua subsidiária Marvel Studios, que há mais de uma década costura um meticuloso universo fictício responsável […]

Na guerra de conteúdos travada diariamente pelos grandes conglomerados de entretenimento, nenhuma estratégia foi mais bem-sucedida do que aquela adotada pela Disney através de sua subsidiária Marvel Studios, que há mais de uma década costura um meticuloso universo fictício responsável pela conquista de corações, mentes e obscenos 22 bilhões de dólares apenas em bilheterias em todo o planeta. Dentro deste cosmos há infinitas possibilidades de histórias – e ganhos –, mas é simbólico que Eternos, 26º filme desta franquia, estenda seus braços para alcançar o limiar entre terreno e divino.

Com direção de Chloé Zhao, que também assina o roteiro ao lado de Patrick Burleigh, Ryan Firpo e Matthew K. Firpo, Eternos introduz uma nova equipe de super-heróis formada por Sersi (Gemma Chan), Ikaris (Richard Madden), Kingo (Kumail Nanjiani), Duende (Lia McHugh), Phastos (Brian Tyree Henry), Makkari (Lauren Ridloff), Druig (Barry Keoghan), Gilgamesh (Don Lee), Ajak (Salma Hayek) e Thena (Angelina Jolie), membros de uma raça de seres imortais que vive em segredo na Terra há milhares de anos, auxiliando no desenvolvimento da humanidade e interferindo apenas quando os perigosos Deviantes ameaçam o futuro da Terra.

Eternos é um dos filmes mais ambiciosos do Universo Cinematográfico Marvel. Com milhares de anos de história para cobrir em 2 horas e 37 minutos, o longa-metragem apresenta um mundo que expande metafisicamente as fronteiras do universo estabelecido em filmes anteriores. Muita exposição é necessária para explicar a função dos tais Eternos do título numa hierarquia que inclui seres chamados de Celestiais e um criador todo-poderoso.

Possivelmente por influência de Zhao, cujo trabalho anterior foi o premiado Nomadland, o roteiro de Eternos se afasta do formato estabelecido pelos capítulos anteriores da franquia, tomando algumas decisões inéditas para o universo, como o relacionamento de Sersi e Ikaris. Com dez heróis para apresentar, é natural que alguns ganhem mais destaque do que outros, com Sersi emergindo como protagonista ao passo em que o Druig de Barry Keoghan e a Thena de Angelina Jolie são subutilizados.

Para além de sua emaranhada trama, Eternos tem a seu favor um verdadeiro espetáculo visual composto por Zhao, que tem a sua disposição os mais avançados efeitos visuais do mercado. Um crédito que podemos dar ao produtor Kevin Feige é o de possibilitar que uma diretora com a visão de Chloé Zhao tenha a sua disposição um orçamento milionário para criar imagens dignas do nascimento de um novo universo.

Empreendimento de proporções bíblicas, Eternos anuncia para seus fiéis a forma daquilo que está por vir. O humano desaparece diante de grandiosos planos, e apenas o streaming sobrevive.

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