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“A noite do dia 12”, um dos títulos exibidos pelo Festival Filmelier de Cinema, é um filme incomum, para dizer o mínimo. Logo na abertura, surge um texto que diz: “Todo ano, a polícia francesa abre mais de 800 investigações de assassinato. Quase 20% permanecem sem solução. Este filme relata um desses casos”.
Trata-se de um filme inspirado em um caso de assassinato que não foi solucionado. Então se você for ao cinema, vai ver esse policial sabendo, desde o início, que o responsável pelo crime não foi preso. É um spoiler impressionante para um filme do gênero. Essa informação pode desencorajar uma parcela do público, mas ainda há coisas que podem ser extraídas da experiência.
“A noite do dia 12”
O filme especula (porque não há testemunhas do ocorrido) que o assassino estava encapuzado ao abordar a moça na rua, ele a chamou pelo nome, jogou um líquido inflamável em cima dela e tacou fogo. Ela queimou até morrer.
No dia seguinte, a polícia começa a rotina habitual de falar com família, amigos, colegas de trabalho e rapazes com quem ela se relacionava ou tinha se relacionado.
Mas esse percurso clássico de investigação não leva a lugar nenhum, como uma checklist em que os itens vão sendo eliminados sem resultados práticos. Diferente de outros policiais, “A noite do dia 12” não é sobre quem cometeu o crime. Em vez disso, a história trata da perplexidade que vai tomando conta dos policiais envolvidos, principalmente do capitão Yohan Vivès, interpretado por Bastien Bouillon.
As tentativas frustradas de descobrir o que aconteceu vão minando a confiança do policial. Enfim, é um filme que não te dá uma solução. Ele é, na verdade, um filme sobre dúvidas e incertezas, e sobre como é difícil aceitar perguntas sem respostas.
Festival Filmelier de Cinema
“A noite do dia 12” faz parte do Festival Filmelier de Cinema. Confira os cinemas, dias e horários das sessões em Curitiba, aqui.