Cachaçarias de Morretes mantêm produção em alambique 

A bebida é tão tradicional que “morretiana” virou verbete no dicionário

Três cachaçarias de Morretes, litoral do Paraná, receberam certificação de Indicação Geográfica do Paraná, dado pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). A produção da bebida é do século XVIII, ainda no período escravocrata, e as cachaçarias mantêm o processo de fabricação em alambique, como faziam os escravizados. 

A tradição  tão forte que virou até verbete de dicionário: ‘morretiana’, nos dicionários Houaiss e Aurélio, é sinônimo de cachaça.

As três cachaçarias são a Ouro Morretes, Porto Morretes e Magia da Serra.

História

Dos engenhos surgiram os primeiros alambiques, que se multiplicaram com o tempo e com o sucesso da bebida. No auge da produção local, nos anos 1950, Morretes chegou a ter mais de 60 alambiques.

As cachaçarias certificadas usam cana-de-açúcar cultivadas na própria região, da qualidade “havaianinha”, de forma orgânica. A planta é cortada e colhida manualmente. O processo segue com a cana moída, bagaço separado e queimado para extração do caldo e depois a diluição. Na sequência fermentação, levedura e transformação de açúcar em álcool.

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Depois da fermentação, a bebida passa pela destilação no alambique de cobre, onde parte do líquido se evapora a 90ºC, passa por um duto e depois é condensado novamente a cerca de 20ºC.

Em seguida, no processo final de produção, a bebida é separada para descansar em tonéis de inox ou, para bebidas mais refinadas, em barris de carvalho, onde ficam até 15 anos em processo de envelhecimento.

Dados

O Paraná é o sexto maior produtor de cachaça do Brasil. No Estado, segundo dados do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Morretes é responsável por 30% da produção de cachaça e aguardente.

*Da AEN

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