Quem você acha que é o Cidadão do Ano de Curitiba? Veja os perfis e dê seu voto

A categoria mais importante nesta primeira edição do “Melhor de Curitiba” é a de Cidadã(o) do Ano. São dez indicados por ter feito trabalhos excepcionais em Curitiba ao longo do tempo. Só gente muito bacana. Na verdade, daria vontade de premiar todo mundo… Mas deixamos para você a tarefa de escolher quem deve levar.

Claudia Silvano


Conhecida como a “cara do Procon”, Claudia Silvano é diretora da Coordenação Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor no Paraná e presidente da ProconsBrasil. Se estiver passando jornal e uma das reportagens for sobre direitos do consumidor, é quase certo que vai aparecer uma fala de Cláudia. 

Servidora pública desde 1981, Cláudia entrou para o Procon-PR dez anos depois, onde passou por vários setores até chegar ao cargo que ocupa hoje. Ama o que faz e acredita profundamente no que o órgão defende, que é tornar a jornada do consumidor mais fácil. No dia a dia, o que ela mais gosta são os atendimentos, que acontecem a todo momento.
Por ter grande visibilidade, Claudia enfrenta também muitas críticas, principalmente com relação ao seu estilo, com tatuagens e roupas coloridas. Mas para ela, quanto mais falam, mais visibilidade, logo mais chances da mensagem do Procon chegar no consumidor.
Especialista em Direito Civil e Empresarial, além de servidora pública, Cláudia também dá aulas de direito do consumidor na Universidade Positivo e em cursos preparatórios.

Diego Saldanha 


Morador da cidade de Colombo, Diego Saldanha notou que o rio que passa perto de sua casa estava ficando cada vez mais poluído. Decidiu então fazer algo a respeito e, foi assim que ele criou as Ecobarreiras do Rio Atuba. A invenção é uma barreira flutuante que retém o lixo que passaria por ali, para que possa ser recolhido. São quatro delas espalhadas pela extensão do rio e, com elas, o projeto já retirou mais de 20 toneladas de lixo do Rio Atuba. Quando são encontrados itens muito inusitados, eles vão para o “Museu do Lixo” ficar em exposição. Diego não parou por aí e criou também uma ferramenta de limpeza da areia da praia, a Eco Peneira, que retira resíduos da superfície da praia.

Nenhum dos projetos de Diego tem apoio financeiro de entidades, apenas dos seus seguidores, que já somam mais de 2 milhões. As ações de ativismo ambiental de Diego Saldanha já receberam muito reconhecimento. Por exemplo, em 2023, ele venceu a 13º edição do Prêmio Hugo Werneck, referência em sustentabilidade, na categoria melhor iniciativa individual.

Eduardo Roosevelt Lima da Silva


Empreendedor Social e produtor cultural, Eduardo é cofundador e diretor da Nariz Solidário, ONG que leva arte da palhaçaria e saúde mental para hospitais públicos, UPAs , CAPS, escolas e empresas de Curitiba e Região desde 2014. Eduardo é responsável por coordenar mais de 1300 ações de impacto social que já alcançaram diretamente mais de 130 mil pessoas. São intervenções artísticas, treinamentos e capacitações que buscam inserir a arte no ambiente dos serviços de saúde. 

Pelas ações nessa linha, Eduardo já recebeu vários reconhecimentos, como o prêmio de Melhor Gestão de Voluntários do Paraná, do Programa Impulso 19/ Top MKT ADVB PR 21, na categoria social. Além disso, é idealizador e criador do encontro nacional para lideranças de grupos de palhaços voluntários, onde já capacitou mais de 300 lideranças em todo país.

Giorgia Prates


Mulher, preta, gorda, lésbica, umbandista e favelada. Giorgia Prates reúne, num corpo só, todos os gabaritos do preconceito e da exclusão social. Talvez por isso, seu trabalho sempre tenha sido marcado pelo comprometimento com as denúncias de injustiças, seja com sua atuação no movimento estudantil da UFPR, como fotojornalista premiada internacionalmente ou como vereadora de Curitiba. 

Giorgia vem pela Mandata Preta, um coletivo de mulheres, quase todas pretas, com um objetivo em comum: tornar Curitiba mais inclusiva e antirracista. Com apenas um ano de Mandata, é uma das parlamentares mais atuantes da Câmara, tendo liderado a construção do Centro de atendimento a vítimas de racismo CREAFRO (Centro de Referência Afro em Curitiba) Enedina Alves Marques e a instalação da estátua da primeira engenheira negra formada pela UFPR. Já protocolou mais de 15 Projetos de Lei e é coautora da Lei Vini Júnior de Combate ao Racismo no Esporte, sancionada em dezembro de 2023 (Lei Municipal nº 16.267/2023). Entre suas pautas estão o combate ao racismo, defesa da periferia, direito à moradia, direitos LGBTQI+, direito das mulheres, defesa dos animais, crianças e jovens, cultura e educação e direitos humanos.

João Paulo Mehl 


João Paulo Mehl é gestor do Terraço Verde, espaço que se tornou referência nacional na elaboração de soluções urbanas sustentáveis. O projeto busca transformar áreas ociosas das casas em espaços de agroecologia, através de hortas residenciais e comunitárias.
João começou a se dedicar às causas populares ainda na universidade, através do movimento estudantil. Na mesma época, fundou o coletivo Soylocoporti, responsável no Paraná pela implantação do projeto dos Pontos de Cultura, além de desempenhar papel vital na organização das Conferências Nacionais de Cultura e Comunicação, no início dos anos 2000.

Mais recentemente, idealizou o Propulsão Local, iniciativa que alavancou mais de 50 pequenos negócios locais e sustentáveis. O mesmo vale para o Propulsão Cultural, que auxiliou artistas a elaborar projetos e obter financiamento através de editais públicos. Além disso, no ano passado, esteve à frente do movimento Urgente Contra Enchente, que reuniu ativistas, técnicos e moradores de áreas de ocupação em mutirões para reduzir os estragos causados pelas chuvas nas comunidades Britanite e 29 de Janeiro.

Lázara Daniele do Brinquedo Brincado


Desde criança, Lazara Daniele tem familiaridade com atividades de voluntariado por incentivo da mãe. Por isso, ao longo dos anos, sempre encontrou formas de ajudar o próximo em qualquer situação. Na graduação em Direito, por exemplo, Lazara tirava xerox dos seus fichamentos para que todos pudessem estudar com eles.

Dessa forma, não foi surpresa quando ela e o marido criaram um projeto social próprio, o Brinquedo Brincado. A ação entre amigos coleta brinquedos que não são mais usados e recondiciona para comunidades carentes, limpando e consertando o que for necessário. 
Lazara também atua como advogada em casos de direito familiar, no seu escritório e no Projeto Alimentando Futuro, da Fundação Museu Futuro. Lá ela presta orientação jurídica de forma anônima e gratuita a mulheres com problemas familiares, que vão desde dificuldades relacionadas à guarda dos filhos até casos de violência física, financeira e emocional. Hoje, Lazara é vice-presidente da Fundação e também tem vida política partidária como porta-voz da Rede Sustentabilidade (REDE) de Curitiba.

Professora Josete 


Dedicada a garantir visibilidade das pessoas em situação de rua e promover políticas públicas para mulheres e comunidade LGBT, Professora Josete é vereadora pelo quinto mandato em Curitiba. No cargo, aprovou 45 Projetos de Lei e apresentou milhares de requerimentos à Prefeitura da cidade. Se destacou em 2023 pela defesa do Governo Federal e pelo firme combate às fake news e às falas preconceituosas de colegas da Câmara de Curitiba.

Filiada ao PT desde 1990, a vereadora também ocupou posições de destaque, como a presidência do Sismmac e a secretaria-geral da CUT-PR. 

A principal bandeira da vereadora é a busca por uma Curitiba acessível e inclusiva, que ofereça oportunidades a todos. Seus campos de atuação no mandato incluem a defesa da educação de qualidade e o direito à cidade.

Josete tem graduação em Ciências Biológicas pela UFPR e acumula experiências diversificadas, tendo atuado como bancária e professora na rede estadual e municipal.

Renato Freitas 


Eleito com mais de 57 mil votos, Renato Freitas é Deputado Estadual no Paraná, onde defende o direito à educação, segurança e moradia digna como suas principais bandeiras. Ele se apresenta como “mais um rapaz comum, político por acidente, lutador por vocação”. Cresceu na periferia da Região Metropolitana de Curitiba, onde presenciou muita violência e preconceito, então, nas duas graduações que fez, em Ciências Sociais e Direito, focou as pesquisas em entender as raízes dessa realidade. Pesquisou criminologia e política do encarceramento na área de Direito Penal e Sociologia da Violência. 

Renato Freitas ainda fundou o Núcleo Periférico, organização que luta por regularização, direito à moradia e ao saneamento básico. O deputado defende que não consegue nem vai se adaptar a normas que naturalizam injustiças. É por isso que viveu alguns episódios de enfrentamento a políticos, como ao próprio Presidente da Assembléia Legislativa do Paraná, e às forças de segurança, como as vezes que teve problemas com a Guarda Municipal de Curitiba.

Ricardo Marcelo Fonseca 


O atual reitor da Universidade Federal do Paraná, Ricardo Marcelo Fonseca, tem uma trajetória marcada por atuações de destaque no cenário acadêmico e político. Foi presidente da ANDIFES (Associação dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) entre os anos de 2022 e 2023, momento chave para a reconexão das universidades com o Governo Federal na mudança de mandatos. Nessa troca de governos, Ricardo Marcelo também teve parte, quando integrou a equipe de transição do Governo Lula na área de Educação. Antes disso, já foi diretor da faculdade de direito da UFPR e é Presidente do Instituto Latino-Americano de História do Direito (ILAHD).

Em 2015, teve destaque ao fazer uma defesa pública das turmas do PRONERA na UFPR, que são destinadas a estudantes que vieram de assentamentos da Reforma Agrária. O reitor da UFPR é doutor em Direito das Relações Sociais e realizou um pós-doutorado na Itália entre 2003 e 2004. Também atuou como professor convidado ou visitante em universidades de países como Itália, Portugal, Espanha e Colômbia.

Roberto Conceição de Almeida Leite


Roberto Conceição de Almeida Leite, servidor na SEDEF (Secretaria de Desenvolvimento Social e Família do Paraná), desempenha papel fundamental na Coordenação da Política Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Sua trajetória no ativismo pelos direitos dos deficientes físicos começou em 2007, quando enfrentou a retinose pigmentar, que resultou na perda total da visão. Hoje, é usuário da Tecnologia Assistiva Cão-Guia, tendo como companheiro o Labrador chamado Rocky.

Roberto é embaixador da acessibilidade na Justiça Eleitoral do Paraná e acredita no esforço coletivo para conquista de direitos e sua implementação. Defende que, dessa forma, é possível assegurar dignidade para todas as pessoas, em especial as Pessoas com Deficiência, que muitas vezes permanecem invisíveis à sociedade.

Formado em direito, Roberto é ativo na Comissão da Pessoa com Deficiência da OAB-Pr. Também faz parte de outros órgãos defendendo suas pautas, de forma que é representante do IPC (Instituto Paranaense de Cegos) e integra o COED-Pr (Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado do Paraná).

Silvio Miranda 


A medicina de família é a paixão da vida do médico Silvio Miranda, que mora a três quadras da unidade de saúde Tereza Araújo, no Boqueirão, onde trabalha. Já são 43 anos atuando no mesmo lugar e, por isso, ganhou um reconhecimento da Sociedade Brasileira de Medicina e Comunidade por ser o médico de família há mais tempo na mesma comunidade. Para ele, a medicina de família é central na construção de um atendimento de saúde humanizado e de qualidade.

No Boqueirão, além de trabalho, tem casa e família, formada por sua esposa e três filhos. Também participa do Partido dos Trabalhadores (PT) da regional e antes disso, ajudou a fundar o PT de Curitiba, pelo qual foi vereador entre 1989 e 1992. O médico defende que priorizar o orçamento para a educação é a única forma de garantir um país soberano e com mais igualdade. Ele também apoia políticas e educação de massas sobre sustentabilidade, agricultura familiar e democracia baseada na educação popular.

Vanessa Lima


O ativismo pelos direitos da população em situação de rua é o que guia a trajetória de Vanessa Lima, fundadora do Projeto Mãos Invisíveis, uma das principais organizações na defesa do tema no Paraná. 

O projeto surge em 2017, quando Vanessa e sua família decidem entender melhor a realidade da população de rua em Curitiba e distribuir marmitas durante 60 noites nas ruas. Logo, o grupo reconhece que a ação, por si só, não resolveria os problemas estruturais dessa população. Por isso, o Mãos Invisíveis se aprofunda na luta pela dignidade e direitos humanos, participando, sempre que possível, de decisões legislativas sobre o assunto e oferecendo diversos serviços.

Vanessa é autista e disléxica, mãe de dois filhos, e também historiadora e mestranda em políticas públicas na UFPR. A pesquisa foca na população em situação de rua e, a partir disso, Vanessa ministra palestras e cursos sobre o tema, com especial atenção para a problemática do roubo de bebês de gestantes e mães nessas condições. Ela também é titular do  Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Nacional para População em Situação de Rua (Ciamp-Rua).

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