Isolamento social dia 179

Querido diário: ontem assisti um novo documentário da Netflix que fala sobre os vícios em rede sociais. É assustador. Lembrei do início do ano quando decidi me desintoxicar das redes e percebi o quanto fui tragado de volta, especialmente durante a pandemia.

“Tô em casa agora, dá nada”, a gente pensa. Ou fomos treinados a achar que a gente pensa, mas só estamos correspondendo ao estímulo que foi plantado.

Imediatamente, a reação foi tentar deletar alguns apps do celular e descobrir que tem uns que não desinstalam, eles “desativam” – mas continuam lá. É muito a sensação de Big Brother – não o programa de tevê, o livro 1984. Sempre George Orwell em vez de Boninho.

A outra reação é escrever sobre isso.

Onde?

Lá.

Lá onde?

Onde o problema está.

Então, escrever sobre o problema, para te alertar do problema, é parte do problema! – durma com esse paradoxo.

O outro ponto foi dormir. Depois desse documentário, os meus pesadelos foram comigo sendo invadido por notificações de todas as espécies. Era uma mensagenzinha que eu tinha que responder, um e-mailzinho, um tweet. Eu tenho que clicar, eu tenho! Eu tenho! EU TENHO! Mas acordei… ufa, e caí na realidade que é exatamente igual à dos meus pesadelos.

Somos pescadores de likes, olhando para este oceano de dopamina a nossa frente e requisitando mais uma dose, mais um botãozinho que fica com um pontinho vermelho mostrando que “tem coisa aí”, mesmo que não seja nada. Absolutamente nada.

Tudo é aprendizado, é só retomarmos as rédeas.

Tem hora pra escrever no diário, tem hora para escrever pras pessoas, tem hora offline. E tem que ter mais tempo offline. Pra reaprender a pegar o telefone, em vez do telefone pegar você.

Desculpe se o texto te prendeu na rede mais um pouco. Espero que ele colabore para alguns instantes seus longe desse Tamagoshi que se alimenta da sua vida.

#thesocialdilemma #odilemadasredes

– na foto acima meu sogro, que estava pescando de verdade, numa pedra de verdade, num mar de verdade. Ele tem tempo pra pescar, especialmente porque você não encontra o nome dele com uma arroba na frente em lugar algum.

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