Lia – Capítulo 62

Dia 15, quinta-feira.

Acordei mais tarde, hoje. Tive os sonhos mais esquisitos. Uma coisa atrás da outra, a noite inteira. Parece que eu só fui descansar de manhã. Mas aí foi bom. Ficar na cama já com um solzinho entrando no quarto. Melhor hora do dia.

Dia de lavar a cabeça, então eu pude aproveitar o banheiro quentinho logo cedo.

E aí a feira. Dia de feira. Quinta-feira.

Tudo molhado, porque choveu a noite inteira. Mas o pessoal, os feirantes, todo mundo animado como sempre. E eles têm que acordar tão cedo. Tiveram que arrumar tudo embaixo de chuva, no meio da madrugada, enquanto eu me batia e reclamava de estar sonhando demais para uma noite só.

O asfalto e os toldos de lona das barracas brilhando tão bonito embaixo do sol, com umas gotas gordas de água por tudo. E teve uma hora que uma feirante deu um empurrão no toldo todo empoçado de água, e voou água por tudo, bem na minha frente. Bonito com o sol. E as pessoas gritando com ela. E rindo.

Almocei por lá mesmo. Pastel. Encontrei a dona Joana da casa da esquina. Nossa, como fala! E eu só querendo comer em paz e voltar para casa.

Passei a tarde inteira mexendo no quintal. Estava mais do que na hora. Muita coisa acabou ficando por fazer nesses últimos meses. Também… não foi fácil não, diário.

Quando o dia já estava ficando escuro é que eu voltei para dentro. Tomei outro banho e comi qualquer coisa.

Jornal na tv.

Novelinha.

Dia tranquilo, afinal. Depois da noite movimentada. Lua nova.

Sobre o/a autor/a

Rolar para cima