Aeroporto do Bacacheri: o que muda com a concessão à iniciativa privada

Terminal central de Curitiba vai ser leiloado em abril e vai receber R$ 43,1 milhões de investimentos até 2051

Quatro aeroportos do Paraná serão repassados à iniciativa privada em 2021. Em 7 de abril, o leilão da 6.ª rodada de concessões vai definir quem vai administrar pelos próximos 30 anos os aeroportos Afonso Pena, em São José dos Pinhais; Bacacheri, em Curitiba; Cataratas, em Foz do Iguaçu; e Governador José Richa, em Londrina.

Além deles, também fazem parte do Bloco Sul os terminais de Joinville e Navegantes, em Santa Catarina, e Bagé, Pelotas e Uruguaiana, no Rio Grande do Sul.

Com a proximidade do leilão, a coluna Voo Direto vai esmiuçar nesta e nas próximas semanas o que deve mudar nos aeroportos paranaenses, os investimentos e as principais obras, a começar pelo Bacacheri.

Não há muito o que fazer no aeroporto do Bacacheri, especialmente porque está localizado em uma região central da cidade. Sem a possibilidade de se expandir para além dos limites atuais, a concessionária que assumir a administração vai se concentrar na melhoria da estrutura existente, aumentando a capacidade do pátio de aeronaves e otimizando o sistema de pista e de taxiamento.

Não por acaso é o que vai receber menos investimentos dos nove aeroportos do Bloco Sul: R$ 43,1 milhões. Desse montante, 75% está previsto para ser investido na primeira fase de obras da concessão, entre outubro de 2022 e outubro de 2024. O restante somente a partir de 2033.

São as seguintes obras previstas para a primeira fase:

– Deslocamento das duas cabeceiras da pista, reduzindo o espaço para pouso e decolagem de 1.390 metros para 1.140 metros, e assim aumentando a distância de operação em relação aos limites do aeroporto;

– Nivelamento da pista;

– Melhoria no sistema de drenagem da pista, faixas de taxiamento e pátios;

– Deslocamento do eixo de uma pista de taxiamento para aumentar para 38,5 metros a distância para a pista;

– Aumento da largura dessa pista de taxiamento, de 7,5 metros para 15 metros;

– Construção de pista de taxiamento até a cabeceira do lado da Avenida Erasto Gaertner;

– Remodelagem e ampliação do pátio de aeronaves;

– Ampliação do terminal de passageiros de 550 m2 para 950 m2.

O que o Bacacheri ganha com essas obras?

Nesse pacote de obras, há ganhos significativos para o aeroporto do Bacacheri. A começar pelo aumento da capacidade de pista, ou seja, da quantidade de pousos e decolagens possíveis por hora. Além disso, a melhoria nas faixas de taxiamento vai garantir ainda mais segurança e agilidade às operações. Em relação ao pátio, vai propiciar a permanência de mais aeronaves, saindo das atuais 16 posições para 25.

Hoje, o aeroporto do Bacacheri é acanhado, algo típico de equipamentos envolvidos pela cidade. Mesmo que atenda às atuais necessidades, elas são realizadas em alguns momentos com certas restrições. Por isso, as obras vão permitir a otimização das operações em geral.

Na segunda fase, haverá a ampliação do pátio de aeronaves (a capacidade vai para 35 aviões) e do terminal de passageiros, que chegará a 1.190 m2. Essas obras da segunda fase devem ser finalizadas em dezembro de 2035.

Todas essas intervenções são uma resposta antecipada ao projetado aumento da demanda pelo aeroporto. Segundo o edital de concessão, a expectativa é de que em 2050 o movimento anual seja de 50 mil pousos e decolagens. Em 2020, o Bacacheri registrou 27.315 pousos e decolagens, 2,3% a mais do que no ano anterior. Esse leve aumento, aliás, mostra que o aeroporto não foi afetado diretamente pela pandemia da Covid-19, principalmente porque não opera a aviação comercial.

Vale registrar que o aeroporto do Bacacheri é um dos poucos do Bloco Sul que são superavitários — entram nessa lista só Afonso Pena e Navegantes. Em 2018, o terminal em Curitiba gerou R$ 8,9 milhões em receitas. A projeção de receita que consta no edital é de R$ 18 milhões anuais em 2050.


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