Best of 2020: a playlist com o melhor da música neste ano

Tem coisas que você vai conhecer nesta lista; e outras que vão ser boas novidades

Em ordem cronológica, meus cinco términos de namoro mais memoráveis de todos os tempos, aqueles que eu levaria para uma ilha deserta…” Na sequência, Rob, o protagonista, faz uma lista com cinco nomes. E há outras listas, que funcionam como recurso e ferramenta da narrativa. O escritor inglês Nick Hornby não inventou a nossa mania por listas em seu romance de estreia, Alta Fidelidade, lançado em 1995 (aqui na tradução de Christian Schwartz pela Companhia das Letras, em 2013). Ao mesmo tempo, você há de convir, não é comum uma obra literária abrir com uma lista. A ideia era tão boa que todas as adaptações de Alta Fidelidade para o cinema, teatro e televisão, mantiveram as listas. A iniciativa mais recente, claro, foi em streaming, no Hulu, disponível no Brasil no StarzPlay. “High Fidelity” virou uma série com 10 episódios. Rob é uma mulher, dona de uma loja de discos em Nova Iorque, tem dois funcionários, diversidade, humor e os mesmos perrengues da vida urbana e amorosa das personagens do romance original. Rob é Zoë Kravitz, filha de Lenny Kravitz, que produziu a série com Nick Hornby, que acabou de ser cancelada. As listas continuavam lá, devidamente atualizadas.

A minha é só mais uma entre outras tantas listas com os melhores lançamentos musicais que saem nessa época do ano. Tem uma meia dúzia de discos que aparecem em todas elas. E estão aqui também. O Sault fez dois ótimos discos; Taylor Swift, três; Liane La Havas; Khruangbin; Fontaines D.C., de novo, eles também estavam na minha lista do ano passado; Haim; Fiona Apple; Paul Weller; todos muito bons. Mas, a lista vai além disso, caso contrário não teria a chance de conhecer coisas novas. Deve ter um monte de gente que você não conhece. Eu também não conhecia. Ouvi e gostei, por isso também estão na lista. Canções mais do que discos. Arranjos mais do que produção. Invenção mais do que tradição. Som, som e som, às vezes familiares e outras vezes não. Descobertas que abalam nossa fixidez e a vontade de gostar sempre das mesmas coisas. No fim, é tudo música pop. E, como diriam Rob/Hornby: me pego preocupado, de novo, quanto aquele negócio da música pop, se gosto dela porque sou infeliz, ou se sou infeliz porque gosto dela.     

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