Enchentes na Bahia, estiagem no Paraná

Apesar de vivenciarem situações discrepantes, estados apontam para uma só direção: a necessidade urgente de enfrentar os impactos do desequilíbrio ambiental no Brasil

Rios transbordando, cidades alagadas, casas submersas, carros flutuando. A tragédia que assola mais de 70 municípios em situação de emergência na Bahia não poderia ser mais contrastante do que a que enfrentamos aqui no sul, com a crise hídrica e o racionamento de água só suspenso pela Sanepar por conta das festas de final de ano.

As diferentes realidades refletem aspectos de um mesmo desequilíbrio, nos dando uma amostra do que podemos enfrentar caso continuemos postergando ações reais de enfrentamento à destruição ambiental. Segundo o último Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), eventos climáticos extremos sem precedentes e com impactos devastadores serão cada vez mais comuns, a menos que estejamos dispostos a agir para frear o aquecimento global.

Foi o que fizemos na Comissão do Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Assuntos Metropolitanos da Câmara de Curitiba. A comissão encerrou o ano com um trabalho consistente que envolveu ampla participação nas decisões ambientais da cidade.

Ao longo de 2021, a comissão recebeu 14 projetos de lei dos quais realizou e/ou encaminhou relatorias, sobre assuntos que vão desde a incorporação de imóveis públicos, soberania alimentar e agricultura urbana agroecológica, impacto ambiental da indústria da moda, energias limpas, renováveis e não poluentes, agrotóxicos, animais silvestres e domésticos, novos modais, uso da água e leis ambientais.

Também foram promovidas 4 audiências e reuniões públicas, que permitiram a contribuição de centenas de pessoas nos temas: Sistema Municipal de Unidades de Conservação, Desafios da Reciclagem em Larga Escala, Crise Hídrica e Política Ambiental. Aqui, destaco a atuação da comissão nos dois últimos, pois a crise hídrica tem pautado um trabalho com encontros periódicos com a Sanepar – foram 3 no 2º semestre – e a contribuição histórica para a construção coletiva da redação final da Política Ambiental de Curitiba, a primeira proposta de atualização em 30 anos.

Sabemos que mitigar os efeitos das mudanças climáticas é desafiador, mas as experiências que tivemos ao longo de 2021 na Comissão do Meio Ambiente mostram que, com diálogo aberto e com a colaboração de especialistas e representantes da sociedade civil, é possível evoluir – e construir – uma cidade, um estado e um país melhor para a nossa e para as futuras gerações.

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