Vale lembrar – embora isso nada resolva

Na política, e não é de hoje, ficaram famosas as promessas de candidato. Problema mesmo são as promessas depois de eleitos e com o poder nas mãos

Em dezembro do ano passado, mais precisamente no dia 3, o Estadão registrou em matéria de Nicholas Shores, Emilly Behnke e Daniel Galvão: O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, em transmissão ao vivo nas redes sociais nesta quinta-feira, que o seu governo teria intenção de cooperar com outros países em torno da preservação da Amazônia. Junto com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, ele sustentou que essa cooperação só seria possível com nações que respeitassem a soberania brasileira.

E, anunciado pelo Planalto como o chefe da delegação do país na Conferência do Clima da ONU, em Glasgow, a COP-26, Salles disse que defenderá os interesses do Brasil e tem certeza que conseguirá aproveitar o evento para obter recursos para “cuidar do meio ambiente. Só críticas de graça não adianta, tem que vir recurso”, emendou.  

Desmatamento a todo vapor

Ainda do Estadão: o desmatamento da floresta amazônica cresceu mais de 88,4% em junho na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o segundo mês consecutivo de aumento do desmate no governo Jair Bolsonaro. Ainda pelos dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o desmatamento totalizou 920 quilômetros quadrados e já atingiu 4.565 quilômetros quadrados nos 11 primeiros meses, um aumento de 15% em relação ao mesmo período de 2018.

Diante do noticiário, há quem tenha voltado no tempo: em 2010, outro governo, é claro, a Caixa Econômica anunciava um programa pioneiro no país, a agência bancária flutuante. Uma embarcação para atender os clientes que viviam em localidades às margens do Rio Solimões. Objetivo: cobrir uma área de 124 quilômetros quadrados às margens do Solimões, entre Manaus e a cidade de Coari. No trajeto, a agência flutuante passaria pelos municípios de Iranduba, Manaquiri, Manacapuru, Anamã, Beruri, Anori e Codajás, que, na época, somavam 253 mil ribeirinhos.

Além de prestar atendimento a populações com dificuldades de acesso a serviços básicos e, assim, promover desenvolvimento sócio/econômico e inclusão bancária, a agência daria também suporte a ações nas áreas de saúde, educação e proteção ambiental.

Foto: divulgação.

Chico Mendes presente

Mais: barco/agência foi batizado com o nome do seringueiro e ativista ambiental Chico Mendes. A agência, com capacidade para 65 funcionários, contava com infraestrutura de iluminação, ar-condicionado, comunicações, manutenção e segurança, incluindo o monitoramento de imagens e sistema de localização e rastreamento.

Era o primeiro passo, já que a Caixa utilizaria os dados da experiência piloto para expandir o atendimento flutuante a outras áreas da Amazônia. Com esse objetivo, estudos diagnosticaram 15 calhas de rios, nos diferentes estados da Bacia Amazônica, que futuramente também seriam atendidas pela agência itinerante.

PS: Outros tempos, com outra mentalidade e propósitos. Preservar, ajudar, e não destruir o país.


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