Na edição desta semana, com o título Escândalo/de Rolex e diamantes, a revista Carta Capital revela que Bolsonaro recebeu e se apropriou de um terceiro conjunto de joias sauditas, embora o ex-presidente tenha afirmado que está sendo acusado de um presente “que não pedi nem recebi. Não existe qualquer ilegalidade”.
E a revista classifica de escândalo o caso dos “presentinhos da monarquia saudita, incluindo um colar, um anel, um relógio e um par de brincos de diamantes avaliados em 3 milhões de euros (16,5 milhões de reais)”.
As joias, é claro, foram trazidas sem declaração ao Fisco, na mochila de um assessor do almirante Bento Albuquerque, ex-ministro de Minas e Energia de Bolsonaro. E, no desembarque, ao tentar desembaraçar as peças, o ex-ministro confidenciou:
– É para a primeira-dama…
Michelle Bolsonaro disse desconhecer a existência das joias e, em depoimento à PF, o almirante retificou-se: seria um “presente de Estado”. E apareceram rastros de um terceiro kit de joias sauditas ainda em poder de Bolsonaro. Ao encerrar o texto, a revista é arrasadora e dá um verdadeiro xeque-mate:
– Está claro que Bolsonaro mentiu ao negar os presentinhos da monarquia saudita. O que permanece um mistério é o motivo que levou o rei Salman Al Saud a ser tão generoso com o ex-capitão e sua esposa.
A propósito, vale lembrar uma frase do capitão, capitão até ser expulso do Exército, continuar aprontando, virar presidente e, por fim, ser derrotado pelo Lula:
– Vamos fazer o Brasil para as maiorias. As minorias têm que se curvar às maiorias. Ou simplesmente desaparecem.
Não é preciso dizer mais nada. Basta ver onde fomos parar e o desafio de como sair do buraco.