Como se sabe, devido a sua distância em relação aos trópicos e a altitude, entre outros fatores, Curitiba conquistou um título nacional: a capital mais fria do país. Por ser distante dos trópicos, durante o inverno a incidência solar acaba sendo bem menor.
E, a partir daí, chegamos a breves conversas e confissões ouvidas num bar, dias atrás, com frio e garoa servindo de pano de fundo. Além do abre garrafas e do enche copos.
– A mais fria do país? Não seria a mais congelada?
– De fato, e o maior problema não é tomar banho pela manhã. O problema é sair debaixo da água quentinha…
– Curitiba não tem frente fria. É frio por cima, por baixo, pelo meio, por todo lado.
– Eu até gosto do friozinho. O chato é se sentir um picolé, dentro de uma geladeira…
– Tem um sujeito que gosta do frio. Gosta tanto que ganhou o apelido de picolé.
– Frente fria não existe. O frio está ao lado, atrás, em cima e, principalmente em certas esquinas de Curitiba.
– Tenho um amigo que pretende fugir do frio de modo definitivo. Planeja ir morar no deserto do Saara…
– É o jeito. Conheço um sujeito que gosta do frio, gosta tanto que ganhou o apelido de picolé.
“E no meio de um inverno eu finalmente aprendi que havia dentro de mim um verão invencível.“
Albert Camus – escritor, filósofo, romancista, dramaturgo, jornalista e ensaísta franco-argelino.