Servir e proteger – sempre e em todos os sentidos

Para quem a Covid-19 não passava de uma gripezinha, fica difícil (ou impossível) esperar que certas lições e exemplos venham a nortear seu (des)governo

Imaginem a cena: delegacia de polícia, nos Estados Unidos – toca o telefone. O policial de plantão atende e fica meio espantado ao ouvir a voz de uma criança, fazendo um apelo:  

– Preciso de ajuda…  

Já meio preocupado com o pedido, ele quer saber:  

– Sim, sim, do que se trata?  

– Quanto é 5 menos 5?  

Breve silêncio, por conta do inesperado, e vem a resposta.  

– É igual a zero.  

– E 1 menos 1?  

– A mesma coisa, zero…  

– Obrigado. Agora eu posso terminar minha lição de casa para entregar na escola.  

– Que bom. Disponha.  

Banheiro sem racismo  

Mas, voltando no tempo, quando da segregação racial a todo vapor nos EUA, em um quartel há quem tenha decidido romper barreiras. Um soldado. É que o uso do banheiro era alternado, primeiro entravam os brancos e, depois, os negros. Aí, quando chega a vez de um branco, o soldado decide peitar o racismo e, diante da tropa, convida um colega negro:  

– Vamos lá, vamos tomar banho juntos…  

Aguardando a vez, o restante da tropa, tanto brancos como negros, percebendo o ato falho (aquele que difere do significado que alguém desejaria expressar), caiu na gargalhada, recheada por provocações (Aí, hein, vão tomar um banho bem juntinhos…).  

Em tempo: quem me passou os 2 episódios foi o Flavio Stege, o underdog do Luzitano, que, como já declarou, mantém seu exame psicotécnico em dia, posto que dirigir um bar não é tarefa fácil. Mesmo sóbrio, há quem chegue e seja desconcertante já no pedido. “Um cigarro avulso”. E exibe uma nota de 200.  

O racismo lá e aqui  

Numa postagem do Cai no Vestibular, no tal do face, o professor Dalton Cunha explica o racismo nos Estados Unidos. Uma aula.  

– Para compreender os conflitos raciais que existem até hoje por lá é preciso olhar para o passado colonial do país – tal como no Brasil. Desde a segunda metade do século 19, o sul dos EUA convive com duas estruturas diferentes: o norte, cuja origem da mão de obra era livre, formada por imigrantes europeus, e o sul, onde os trabalhadores eram africanos escravizados na monocultura.  

– Nem a independência ou a Guerra de Secessão (1861 a 1865) foram capazes de resolver o problema. A segregação racial permaneceu como uma das características da sociedade americana.  

– O presidente Abraham Lincoln aprovou a liberdade, mas os negros e seus descendentes continuaram a ser tratados como escravos. No final do século 19 surge a Ku Klux Klan e os conflitos se acirram.  

Já na década de 1960, com os ativistas dos direitos humanos Martin Luther King e Malcom X (Al Hajj Malik Al-Shabazz, que chegou a fundar a Organização para a Unidade Afro-Americana, de inspiração separatista), as batalhas se sucedem até a aprovação da Lei dos Direitos Civis. Hoje, décadas depois, americanos ainda vão às ruas gritar contra o preconceito racial.  

PS: e vale (sempre) citar um grande líder:  

– Suba o primeiro degrau com fé. Não é necessário que você veja toda a escada. Apenas dê o primeiro passo.  

Martin Luther King  

Sobre o/a autor/a

Compartilhe:

Leia também

O (des)encontro com Têmis

Têmis gostaria de ir ao encontro de Maria, uma jovem vítima de violência doméstica, mas o Brasil foi o grande responsável pelo desencontro

Leia mais »

Melhor jornal de Curitiba

Assine e apoie

Assinantes recebem nossa newsletter exclusiva

Rolar para cima