O que esperar da CCR nos aeroportos do Paraná?

Grupo que administrar aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, assinou contrato para concessão de quatro aeroportos do estado pelos próximos 30 anos

O Grupo CCR e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) já assinaram contrato para a concessão por 30 anos de nove aeroportos da Região Sul, incluindo o Afonso Pena, em São José dos Pinhais, Bacacheri, Foz do Iguaçu e Londrina. É só a confirmação do ímpeto da empresa na administração de aeroportos.

Além do Bloco Sul, a CCR arrematou neste ano o Bloco Central, que tem Goiânia como principal terminal, e ainda levou a Pampulha, em Belo Horizonte, em leilão realizado em outubro. No Brasil, o grupo já administrava o aeroporto de Confins, região metropolitana de BH. Com isso, a CCR vai administrar 17 aeroportos brasileiros a partir de 2022. O salto é enorme, afinal, tinha somente Confins na carteira.

A questão que fica agora é o que esperar da CCR na administração de novos aeroportos, boa parte deles administrados em grupo. O melhor caminho para tentar responder é olhar para o que a empresa fez em Confins, ou o BH Airport, como foi batizado após a concessão em 2014.

Já se vão sete anos de administração da CCR, que vale ressaltar, é feita em conjunto com a Zürich Airport – ambas têm 51% de participação – e a Infraero, que ainda leva outros 49%, em um modelo antigo de concessão que mantinha a estatal como acionária dos aeroportos concessionados.

Quando se fala em concessões de aeroportos, espera-se dinheiro, investimentos. Algo que, na teoria, a Infraero não tinha capacidade para fazer. Ou pelo menos não com a mesma velocidade. No caso de Confins, após a concessão foram investidos mais de R$ 1 bilhão, especialmente em obras de ampliação e modernização de terminal de passageiros. E também finalizou a ampliação da pista, que havia começado antes da concessão.

O principal ganho para o aeroporto e, consequentemente, para a cidade, foi a atração de novos voos, especialmente internacionais, com destinos na Europa, Estados Unidos e América do Sul. Por visar exclusivamente o lucro, qualquer administradora vai trabalhar fortemente para buscar novos destinos. Mais voos, mais dinheiro.

Certamente será essa a lógica que a CCR vai aplicar por aqui, na tentativa de turbinar os aeroportos. Até porque as obras em si estão previstas em contrato e salvo alguma mudança no meio do caminho, a empresa terá de realizar. A terceira pista do Afonso Pena, a nova pista em Foz do Iguaçu e o novo terminal em Londrina, por exemplo, são obras que a CCR não poderá fugir.

O que fica é saber como os investimentos vão de fato retornar para o passageiro. Sabemos que as taxas vão ficar mais caras, os aluguéis dos espaços comerciais também. Isso acontece em qualquer concessão. E a CCR deu uma certa sorte, pois pegou em alguns casos terminais praticamente novos. A expansão do Afonso Pena, por exemplo, vai durar muitos anos, com relativo conforto. Da mesma maneira em Foz.

A expectativa fica, portanto, no que a CCR pode oferecer como negociadora de rotas. O Afonso Pena terá a terceira pista em alguns anos. E o que isso vai significar em termos de voos internacionais, por exemplo? A CCR terá a capacidade de atrair companhias aéreas para operar rotas para a Europa ou Estados Unidos? Porque se não conseguir, teremos no fim das contas um aeroporto mais caro, mas sem grandes ganhos para o passageiro.

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