Palavras que vieram de ontem – ou anteontem 

Quem não se comunica se trumbica, já dizia Abelardo Barbosa, o Chacrinha - e isso remete à gramática tupi-guarani para eliminar dialetos

A revista AVENTURAS NA HISTÓRIA, Editora Perfil, de São Paulo, publicação altamente recomendável, e que tem como editora Izabel Duva Rapoport, na edição 239, já nas bancas, traz como assunto de capa O LEVANTE DO GUETO

Há 80 anos, judeus de Varsóvia lutavam pela vida na maior e mais importante revolta civil contra o terror nazista e o holocausto.  

E, ainda na capa, temos mais três assuntos: Autor de O Pequeno Príncipe foi piloto militar e sonhadorA primeira gramática de Tupi Guarani até hoje nos influencia. José de Anchieta SJ (San Cristóbal de La Laguna, 19 de março de 1534 – Reritiba, 9 de junho de 1597) foi um padre jesuíta espanhol que ingressou na Companhia de Jesus, no Reino de Portugal, prestando seu serviço e, muito mais, se tornaria um dos fundadores de duas  cidades brasileiras: São Paulo e Rio de Janeiro. 

Presença em muitas áreas 

Foi o primeiro dramaturgo, o primeiro gramático e o primeiro poeta nascido nas Ilhas Canárias. Autor da primeira gramática da língua tupi, ele marcou presença, igualmente, como um dos primeiros autores da literatura brasileira, para a qual compôs inúmeras peças teatrais e poemas de teor religioso e uma epopeia. 

Considerado santo pela Igreja Católica, foi beatificado em 1980, pelo Papa João Paulo II e canonizado em 2014, pelo Papa Francisco. E conhecido como o Apóstolo do Brasil por ter sido um dos pioneiros na introdução do cristianismo no país. Em abril de 2015 foi declarado copadroeiro do Brasil na 53.ª Assembleia Geral da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. 

Jururu, pamonha, caipira – e muito mais… 

Mas, pelo despertar do interesse, há quem tenha ido direto à página 50.  

 – NOSSA LÍNGUA BRASILEIRA. O texto de Bruno Vieira Feijó, com uma ilustração de primeira, destaca que, “além de dedicar a vida a catequizar indígenas, o padre jesuíta José de Anchieta pesquisou e redigiu a primeira gramática de tupi-guarani, que até hoje influencia o nosso jeito de falar”. E aí temos, para confirmar – e não sem alguma surpresa:  

Canoa, boboca, jururu, caju, caboclo, capivara, capenga, piranha, açaí, pamonha, jiboia, tamanduá, catapora, mirim, abacaxi, tatu, jabuti, arara, tocaia, xará, arapuca, jabuticaba, capim, toró, urubu, caipira, amendoim, maracujá, mandioca, mutirão, pereba, tapioca, cutucar, tucano, caatinga, jacarí, pindaíba

E vale destacar, também: por que Tupi-guarani?  

– É somente um termo genérico criado para englobar as diversas línguas indígenas faladas ao longo do tempo na América do Sul. O idioma ancestral desse grupo de línguas é o proto/guarani, surgido na região onde hoje fica o estado de Rondônia. Nas décadas seguintes, desenvolveram-se dezenas de famílias linguísticas, divididas pela região onde eram faladas. O tupi-guarani era fundamental por ser um dos mais usados em algumas regiões mais importantes para os colonizadores. As versões do tupi se concentravam mais no litoral, entre o norte do país e o sul do atual estado de São Paulo. Mais ao sul era falado o guarani, vivo até hoje principalmente no Paraguai, onde, ao lado do espanhol, se tornou língua oficial em 1967.  

Tupi moderno em nossas matas  

Do lado brasileiro, uma adaptação do tupinambá, ou tupi moderno, ainda é corrente entre tribos da região da Floresta Amazônica. Denominada nheengatu, foi linguagem mais usada entre brancos e indígenas a partir do século 17, depois que os jesuítas e os bandeirantes a difundiram para padronizar a comunicação e eliminar os dialetos.

PS: O Brasil é considerado um país continental – e não poderia ser diferente: extensão territorial: 8.514.876 Km2 (quilômetros quadrados). Tamanho suficiente para ser seu próprio continente. E representa 47% de toda terra emersa da América do Sul e 50% da população. 

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