Semanas atrás, dia Sol e até calor em Curitiba, alguém sai de casa e chama a atenção. Carrega dois guarda-chuvas. Aí, no meio do caminho, um conhecido, do outro lado da rua, não resiste e provoca:
– Aí, hein… Sujeitinho tremendamente prevenido…
– Não. Vou devolver o guarda-chuva que peguei emprestado no bar, quando daquele último temporal – e, certamente, utilizar o outro na volta pra casa.
Coisas (boas) do passado
Cumprida a missão, ato contínuo, depois de agradecer a cortesia quanto ao empréstimo do guarda-chuva, consome uma cerveja e decide tirar o time. É que, num relance, percebeu que o chato da gozação sobre o guarda-chuva estava chegando. Um xarope, um chato de galocha. Aí, no meio do caminho, por conta do chato de galocha, decidiu fazer uma pesquisa. Não sobre os chatos, mas sobre a galocha e o guarda-chuva.
E ficou sabendo que as (depois populares) galochas de borracha tiveram origem entre a nobreza. Isso mesmo. Foram criadas em 1817, por um inglês, Arthur Wellesley, 1.º duque de Wellington. Inicialmente eram feitas de couro – somente em 1853 passaram a ser produzidas em borracha. Assim, galochas, botas de borracha ou wellies tornaram-se populares graças a ele. Com um grande chefe militar, Wellesley comandou em Portugal as tropas durante a chamada Guerra Peninsular de 1808-1812, que resultou na derrota napoleônica. Foi um conflito entre o Primeiro Império Francês e a aliança do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda, do Império Espanhol e do Reino de Portugal e Algarves, pelo domínio da Península Ibérica durante as chamadas Guerras Napoleônicas.
De volta à sapataria
Wellington foi quem propôs a seu sapateiro, em Londres, a modificação das tradicionais botas do século XVIII, para torná-las “mais ajustáveis à perna e salto mais baixo, tornando-as mais funcionais e confortáveis. Ideais para a dureza das batalhas ou uso comum”. Inicialmente seriam fabricadas em pele, e mais tarde em borracha, por conta da invenção da borracha vulcanizada.
E o(s) guarda-chuva(s)?
Ainda da pesquisa: os guarda-chuvas mais antigos que se conhecem surgiram na Mesopotâmia, há 3.400 anos. Ou seja, na Mesopotâmia, região hoje do Iraque, já naquele tempo existiam artefatos destinados a proteger a cabeça dos reis – contra o Sol, não contra a chuva, até porque, é claro, chuva era algo muito raro naquela região.
Apesar da origem ainda incerta, o guarda-chuva é uma invenção muito antiga. Sabe-se que no século XII A.C. já era usado pelos chineses. Mais tarde, assírios, egípcios, persas e romanos tiveram influência na utilização de novos materiais na busca para combinar a utilidade com a elegância. Durante muito tempo o guarda-chuva foi visto como um objeto com significado sagrado, ao ponto de só ser utilizado para cobrir as divindades e a realeza em procissões e eventos de grande significado espiritual. Em 1928, Hans Haupt inventou o guarda-sol de bolso. Em Viena, ela estudava escultura quando desenvolveu um protótipo para um guarda-chuva dobrável compacto aprimorado, para o qual recebeu uma patente em setembro de 1929. Em latim, a palavra umbra significa sombra.
Sabe-se que guarda-chuva básico foi inventado há mais de 4.000 anos e era usado pelos chineses. Mais tarde, Assírios, Egípcios, Persas e Romanos tiveram influência na utilização de novos materiais na busca para conseguir combinar a utilidade com a elegância. Tanto que, em 1928, Hans Haupt inventou o guarda-chuva de bolso.
Do ouro ao papel e bambu
As primeiras sombrinhas teriam surgido na região da Mesopotâmia há 3.400 anos; como na região chuva era um fenômeno raro, passaram a ser usadas por reis e pessoas ricas para se proteger do Sol.
Uma das principais diferenças entre o uso das sombrinhas no Egito e na China é que qualquer chinês poderia usá-las, sem restrição de classe. As restrições brotavam mais do campo dos materiais. Somente membros da nobreza podiam usar sombrinhas amarelas, cobertas em seda e adornadas com franjas, bordados em ouro e até pedras preciosas. Além disso, pessoas de alto status social nunca carregavam suas próprias sombrinhas – eram acompanhadas por criados que faziam esse trabalho. O restante da população usava sombrinhas azuis ou vermelhas, pouco decoradas, feitas de papel e bambu.