Educação e carreiras – como universidades e organizações educacionais globais ajudam seus alunos a entrarem no mercado de trabalho?

Corporações ao redor do mundo estão descobrindo que seus futuros colaboradores precisarão apresentar habilidades sociais, emocionais e cognitivas

Em um mercado globalmente competitivo, os jovens encontram cada vez mais dificuldade para se inserirem no mercado de trabalho. Como as universidades e instituições educacionais conseguem fazer com que seus alunos, ensinados geralmente por métodos tradicionais, consigam conquistar uma vaga de trabalho? Não é fácil, mas é possível e a palavra-chave para isso é a colaboração.

Primeiramente, gostaria de tratar do conceito de emprego x trabalho. Para muitos, ambos se referem ao ofício e são a mesma coisa. No entanto, na prática são bem diferentes. Emprego tem por conceito o sustento, que atende suas necessidades financeiras. Já o trabalho é um conjunto de atividades realizadas por uma pessoa que tem uma meta, um propósito, sendo este remunerado ou não.

Por exemplo, quando uma pessoa faz um trabalho voluntário, não o faz por dinheiro, mas sim pelo propósito de fazer o bem à sua comunidade ou aos outros.  Quando se trata de empregabilidade, a pessoa agrega tanto suas habilidades técnicas quanto comportamentais para entrar no mercado de trabalho e manter-se naquela posição. E isso é ensinado nas universidades? Alguma vez, você, querido leitor, teve uma matéria disso na sua faculdade? Aqui no Brasil, eu pelo menos não tive e nem a maioria dos meus amigos, colegas e colaboradores.  

Diferentemente do Brasil, essa condição de empregabilidade é vista como um dos pilares de muitas instituições educacionais fora do país. Uma pesquisa recente do QS Rankings, com instituições dos Estados Unidos e com mais de 100 mil estudantes internacionais, indica que 51% dos alunos decidem seus cursos superiores baseados nas suas carreiras desejadas no futuro. E 48% dos estudantes medem seu sucesso na carreira baseado na quantidade de tempo que levam para entrar no mercado de trabalho, depois que se formam. Os números são expressivos e indicam uma parte crucial do papel da educação nas instituições de ensino e na forma de se buscar uma carreira.

A combinação de conhecimento técnico e habilidades comportamentais são determinantes para que empregadores escolham a pessoa certa para uma vaga, dentro de um mundo tão competitivo. E não é somente se formar na faculdade ou fazer uma pós-graduação e achar um trabalho para se sentir seguro pelo resto da sua vida.

As condições de trabalho já apresentavam mudanças significativas relacionadas a como as pessoas aprendiam e investiam em educação. O termo lifelong learning (em português, aprendizado contínuo) ficou mais perceptível após a pandemia do Covid-19. E indica que o profissional precisa estar aberto ao conhecimento e buscando sempre aprender algo novo.

Como ensinar estas habilidades que os empregadores tanto buscam e geralmente não são ensinadas em sala de aula? Corporações ao redor do mundo estão descobrindo que seus futuros colaboradores precisarão apresentar habilidades sociais, emocionais e cognitivas. A Associação Nacional de Habilidades Interpessoais do Reino Unido descobriu em recente pesquisa que 85% dos casos de sucesso de colaboradores, que se mantiveram em uma posição de trabalho, foi devido ao desenvolvimento de suas aptidões interpessoais.

Ao aprender uma língua estrangeira, por exemplo, o aluno não só desenvolve a capacidade de se expressar em um novo idioma como também adquire novas habilidades como: pensamento crítico, comunicação e colaboração. E isso pode diferenciar o estudante de outros candidatos, na buscar por uma vaga.

Algumas instituições de ensino fazem parcerias com o mercado privado para entender o que estes futuros empregadores querem de seus candidatos. Em um congresso recente que participei com a Imperial College Business School do Reino Unido, foi debatida a importância de as instituições entenderem o perfil dos estudantes, suas habilidades e qualidades e de saberem como motivá-lo a adquirir novas competências, que os ajudem a conquistar uma vaga e a construir uma carreira.  

Estudando em uma instituição no exterior, os alunos têm muitas oportunidades para desenvolverem as competências necessárias. A habilidade de liderança, por exemplo, pode ser trabalhada por meio das práticas de esportes oferecidos nas universidades, nas oportunidades de estágios em empresas multinacionais, entre outras.

No Canadá, por exemplo, muitas instituições de ensino oferecem o CO-OP, que é um programa de trabalho remunerado que faz parte da grade de estudo do aluno. Essas oportunidades de trabalho são oferecidas em parceria com empresas locais e beneficiam os alunos internacionais de áreas como, por exemplo, infraestrutura e bens e serviços.  As instituições canadenses, por exemplo, são ranqueadas não pela quantidade de investimento científico que possuem ou número de docentes com doutorado, mas sim pelo percentual de empregabilidade de seus alunos, em suas áreas de formação, após a graduação.

Os alunos internacionais trazerem diversidade às instituições de ensino no exterior e se destacam aos olhos dos empregadores, pois trazem consigo habilidades como adaptabilidade, resiliência, pensamento crítico e criatividade. Você já pensou em fazer parte desse grupo crescente de brasileiros no exterior?

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