Por conta do desempenho feminino em todas as atividades esportivas, vale lembrar que os primeiros passos rumo ao troféu da fama, que não foram nada fáceis
Felizmente, certas coisas mudam. Às vezes, demoram um pouco, mas mudam. Depois de conferir o noticiário esportivo, com a cada vez mais marcante e ascendente presença feminina, há que tenha (lamentando com seus botões) os trágicos períodos do “lugar de mulher é na cozinha”… “futebol é coisa pra homem”…
E aí, temos um velho registro do futebol carioca:
– Até a fusão do Estado do Rio com o da Guanabara, nos anos 1970, apenas um clube sediado fora da antiga capital federal disputava o campeonato carioca, o Canto do Rio, de Niterói.
A tradicional agremiação, fundada em 1913, tinha sua sede perto da estação das barcas e de um grande shopping.
– Nos tempos áureos do futebol, o alviceleste niteroiense disputava o campeonato carioca e chegou a ser campeão do extinto torneio início, quando, na final, derrotou o Vasco da Gama, em 1953. Todos os jogos do torneio início eram disputados no Maracanã, no mesmo dia. Mas, se o maior feito da história do Canto do Rio foi obtido em cima do clube de São Januário, o mesmo Vasco foi também seu principal algoz. A maior goleada da história do profissionalismo aconteceu em 1947, em São Januário: Vasco 14×1 Canto do Rio. Uma curiosidade do jogo é que as equipes foram para o intervalo com o placar de 5×0.
Nos anos 1960, vale ressaltar, o clube deixou de disputar o campeonato carioca e iniciou uma era de amadorismo. Anos mais tarde o clube de Niterói voltaria a contar com um departamento profissional de futebol.
Canhotinha de Ouro
Uma das maiores glórias da história do Canto do Rio foi contar com Gérson em suas categorias de base, o futuro campeão mundial com a Seleção Brasileira, em 1970. O Canhotinha de Ouro saiu do clube de Niterói e passou pelo Flamengo, Botafogo, Fluminense e São Paulo. Tempos depois, o Canto do Rio, disputando divisões inferiores do futebol carioca, lutava para retornar às glórias do passado.
Entre as tais glórias do passado desses últimos há quem inclua Lamartine Babo, compositor do hino do clube, supostamente em homenagem a um amor da época – uma morena niteroiense, ferrenha torcedora do Cantusca.
Aquela morena
Do Canto do Rio
Que torce e faz cena
E causa arrepio
Queimada da praia
Na hora do jogo
Ela desmaia e pega fogo (oi!)
Aquela morena
Do Canto do Rio
Que torce e se agita
Garota bonita
Basta o club empatar
Ela chora que dói
Foge de Nictheroy
No estádio formoso
De Caio Martins
Há dias de festa
Foguetes, clarins
De noite e de dia
A turma sorri
Enche de alegria
Icarahy (oi!)