Lançada no Brasil em 2014, a obra de Patrick Modiano vem recheada de ilustrações de Sempé – ele mesmo, um mestre no traço. E aí, por conta de (mais um) mimo do amigo Paulo Mercer, há quem tenha sido brindado com a leitura da obra. Só a leitura, já que assumiu o (sagrado) compromisso de devolvê-la…
Nascido na França, onde nasceu e vive há 75 anos, e tem mais de 50 livros publicados, Jean-Jacques Sempé “só não é uma instituição nacional porque seu trabalho não tem nada de ambicioso, ou de grave, ou de grandiloquente”, como alguém já ressaltou.
– Ele busca mais o sorriso do que a gargalhada. Mais a observação carinhosa do que a crítica. E, definitivamente, mais a graça do que a denúncia. Sempé começou a carreira nos anos 50, na imprensa regional e em revistas de pouca circulação, e tornou-se popular com as ilustrações dos livros da série O Pequeno Nicolau, de René Goscinny, um dos criadores de Asterix. Asterix? Ele mesmo, da série de quadrinhos dos franceses Albert Uderzo e Rene Goscinny.
Ainda dos registros históricos:
– A Ascensão Social do Senhor Lambert foi um dos precursores do romance gráfico. Mas é nos cartuns que a sua criatividade parece não ter fim. Ele fez dezenas de milhares deles, e praticamente todos são imediatamente reconhecíveis, na forma, pela pena e cores leves – e, no conteúdo, pela precisão dos comentários sobre costumes e sociedade. Ainda que se refiram, sobretudo, à França, os comentários gráficos de Sempé muitas vezes têm um alcance maior: quem os vê fica alegre.