E virou palhaço planetário – não falta mais nada

As mudanças climáticas motivaram uma conferência da ONU; mas o Brasil, que já foi chamado de “pulmão do mundo”, dá vexame por conta do tal presidente da tal gripezinha

A 26.ª Conferência sobre Mudanças Climáticas da ONU, em Glasgow, Escócia, é o assunto em destaque na edição desta semana da revista Carta Capital. Na capa, uma foto e o título A AMEAÇA MAIOR – Os líderes mundiais têm outra chance de mudar os destinos do planeta. Mas, no alto da página, outro título, em corpo menor, mas em vermelho, também chama – ou surrupia– a atenção:  

– PALHAÇO PLANETÁRIO/impávido, por onde passa o presidente do Brasil dá vexame com a certeza de agradar.

E temos uma foto, quase 3 por 4, de Bolsonaro. Forçando aquele seu sorrisinho. Já a matéria sobre a Conferência do Clima, assinada por Maurício Thuswohl, com o título Tique-taque, tique-taque…, ressalta que “os EUA renovam suas promessas, a China mantém as mesmas metas de emissões e a Europa cobra medidas mais efetivas – e o Brasil, por sua vez, esmera-se no ilusionismo”. Pelos níveis atuais de emissões de gases de efeito estufa, a Terra poderá ficar 5,7 ºC mais quente no fim do século.  

Voltando a outros tempos  

Por conta da imagem do Brasil no exterior, há quem tenha sacado de seus arquivos um texto publicado do dia 29 de maio de 2010, isso mesmo: a revista Der Spiegel (“o espelho” em alemão) registrava, conforme o UOL Notícias, que “Lula salta para a primeira divisão da diplomacia mundial”.

E traz uma foto do encontro de Lula com o presidente Barack Obama, durante entrevista coletiva após reunião na Casa Branca, em março de 2009. No texto, de Erich Foliath e Jens Glüsing, temos muitos elogios ao Brasil e seu presidente. Trechos: “A revista Time afirmou que Lula é o líder mais influente do mundo, colocando-o à frente até mesmo do presidente dos EUA, Barack Obama. No Brasil, muita gente vê em Lula da Silva um candidato ao Prêmio Nobel da Paz. A nova estratégia de segurança dos EUA admite peso do Brasil no mundo e a Casa Branca elogia as políticas econômicas e sociais do Brasil e reconhece o país como guardião de patrimônio ambiental único e dá as boas-vindas à influência de Brasília no mundo”.  

Episódio pouco conhecido

Lula e George W. Bush.

Em 2003, na primeira aparição internacional importante de Lula, na reunião de cúpula do G8, na França, um grupo de pessoas estava sentado no saguão do hotel onde ocorreria a conferência, aguardando o então presidente dos EUA, George W. Bush. Quando os norte-americanos entraram no recinto, todos se levantaram – menos Lula, que pediu ao seu ministro das Relações Exteriores que também permanecesse sentado. Depois, explicaria: “Eu não participei dessa subserviência. Afinal, ninguém se levantou quando eu entrei”.  

PS-1: e vale registrar – hoje, a avaliação negativa do governo federal chega a 56% e ele não apresenta para a ONU a nova meta climática para 2030.  

PS-2Voltando à Carta Capital: Mino Carta, diretor de redação da revista, assina um artigo na página 18. Título: Pela volta de Lula. “A esperança de nos livrarmos de Bolsonaro e do bolsonarismo é a vitória de Lula nas eleições do calendário golpista”.

Sobre o/a autor/a

Compartilhe:

Leia também

Melhor jornal de Curitiba

Assine e apoie

Assinantes recebem nossa newsletter exclusiva

Rolar para cima