E o petróleo (ainda nosso) bate recorde$

Diante de tantas coisas ruins, algo a comemorar: o Brasil, que não teria um pingo petróleo, acaba de virar o 7.º maior produtor do mundo, rumo à 5.ª posição

Uma boa notícia – e ela veio da Agência Brasil na quinta-feira passada, em reportagem de Vinícius Lisboa (edição de Aline Leal): com 2,9 milhões de barris de petróleo por dia, a expectativa da Petrobras é alcançar a quinta posição até 2030. Isso porque a produção nos campos do pré-sal cresceu 3,4% em julho, em relação a maio, e bateu recorde, conforme a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Foram produzidos 2,806 milhões de barris de óleo equivalente por dia. O barril de óleo equivalente (boe) é a unidade usada para somar os totais de gás natural e petróleo em um único montante.  

O recorde mensal anterior era de agosto de 2020, com 2,776 milhões de barris de óleo equivalente por dia. A produção diária média no mês de julho de 2021 foi composta por 2,221 milhões de barris de petróleo e 93,1 milhões de metros cúbicos de gás natural. O volume produzido nos 130 campos do pré-sal correspondeu a 71,6% de todo o petróleo e gás natural que foi produzido no país em julho, segundo a ANP.  

Bacia de Santos recordista  

O campo de Tupi, no pré-sal da Bacia de Santos, foi o maior produtor de petróleo e gás natural, com 917 mil barris de petróleo e 42,3 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. No mês passado, a produção nacional de petróleo, incluindo todos os campos, voltou a superar os 3 milhões de barris diários, enquanto a de gás natural registrou o recorde de 139 milhões de metros cúbicos por dia. Ainda de acordo com a ANP, registramos um aumento de 4,9% na produção de petróleo em comparação com o mês anterior e redução de 1,1% em comparação com julho de 2020. Já para o gás natural houve aumento de 2,5% em comparação com o mês anterior e de 6,8% se comparado a julho de 2020. Os campos operados pela Petrobras produziram 92,8% do petróleo e do gás natural do país.  

Os “barris de eucalipto”  

Apesar dos céticos, pessimistas de outrora e dos entreguistas de hoje, para quem, certamente, o petróleo seria uma riquezinha, como a suposta gripezinha, vale lembrar certos episódios da história. Nos anos 60, o futurólogo Hermann Khan, do Hudson Institute, de Nova Iorque, e a serviço do Departamento de Estado norte-americano, defendeu (para o Brasil do futuro) o projeto Grandes Lagos Amazônicos. Petróleo? O Brasil não teria um pingo. As áreas pesquisadas eram mais indicadas para o plantio de eucaliptos, declarou o então badalado e fe$tejado dono de uma  bola de cristal.  

Mas fez por merecer de imediato uma resposta em forma de piada, que provocou risos e até gargalhadas:  

– Quantos barris de eucalipto a Petrobras vai mesmo produzir por dia?  

Recordes + recordes  

Voltando ao texto da Agência Brasil, que, pela sua abrangência, chega a ser quase desconcertante, posto que, como se dizia antigamente, mata a cobra e mostra o pau. Breves trechos, começando, claro, pelo lide:  

– A produção nos campos do pré-sal cresceu 3,4% em julho, em relação a maio, e bateu recorde. Foram 2,806 milhões de barris de óleo equivalente por dia. O barril de óleo equivalente (boe) é a unidade usada para somar os totais de gás natural e petróleo em um único montante.  

– O recorde mensal anterior era de agosto de 2020, com a produção de 2,776 milhões de barris de óleo equivalente por dia. A produção diária média no mês de julho de 2021 foi composta por 2,221 milhões de barris de petróleo e 93,1 milhões de metros cúbicos de gás natural. O volume produzido nos 130 campos do pré-sal correspondeu a 71,6% de todo o petróleo e gás natural que foi produzido no Brasil em julho. O campo de Tupi, no pré-sal da Bacia de Santos, foi o maior produtor de petróleo e gás natural do país, com 917 mil barris de petróleo e 42,3 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia.  

No mês passado, a produção nacional, incluindo todos os campos, voltou a superar os 3 milhões de barris diários, enquanto a de gás natural registrou o recorde de 139 milhões de metros cúbicos por dia. Houve aumento de 4,9% na produção de petróleo em comparação com o mês anterior e redução de 1,1% em comparação com julho de 2020. Já para o gás natural, foi registrada uma alta de 2,5% em comparação com o mês anterior e de 6,8% se comparada a julho de 2020. Os campos operados pela Petrobras produziram 92,8% do petróleo e do gás natural do Brasil.  

ele jorrava em 1892  

Graças a João Rodrigues Neto, professor de economia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, há outros registros fantásticos: “O marco histórico da exploração de petróleo no Brasil ocorreu em 1892, quando o paulista Eugênio Ferreira Camargo decidiu perfurar um poço em Bofete – interior de São Paulo – após contratar o belga Auguste Collon para realizar uma pesquisa geológica para petróleo. Do poço de Bofete, com 488 metros de profundidade, foram extraídos 2 barris de óleo. A importância dessa exploração “abriu a possibilidade da existência de petróleo no território brasileiro”.  

A constatação somente se deu em 1930, quando o engenheiro civil e geógrafo Manoel Ignácio Bastos, um autodidata em geologia, funcionário do governo baiano, observou que no lugarejo de Cabritos, em Lobato-BA, os moradores não compravam gás para acender os lampiões, pois utilizavam um óleo negro que jorrava da terra. Após constatar a abundância do óleo negro e a análise pela Escola Politécnica da Bahia, concluiu-se que se tratava, realmente, de petróleo. Marcava, assim, a descoberta de petróleo na Bahia.  

Os donos do petróleo no mundo, por enquanto: Iraque – 142.503 milhões de barris; Kuwait – 101.500 milhões; Emirados Árabes Unidos – 97.800 milhões; Rússia – 80.000 milhões; Líbia – 48.363 milhões e Estados Unidos – 39.230 milhões.  

E vale lembrar a campanha “O petróleo é nosso”, a partir de 1947, com o fim da II Guerra Mundial e a derrubada da ditadura do Estado Novo. A frase “o petróleo é nosso”, que se tornaria famosa, foi proferida pelo então presidente Getúlio Vargas.  

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