E não foi por falta de (muitos) avisos e alertas     

Por conta do desgoverno federal, temos até a venda, a preço de banana, de usina de xisto a grupo canadense acusado de espionagem industrial

Na edição desta semana, a revista Carta Capital traz um artigo assinado por Mino Carta com o título Violência demente, destacando que “o governador do Rio arma a sua polícia com facas e 180 favelados são chacinados em um ano. Bolsonaro vê a ação policial como argumento de propaganda eleitoral”. E estampa uma foto de Lula, com a legenda “ainda o antídoto”. Na capa, o título O fim da idade da pedra – “exaltar a violência policial não livra Bolsonaro da ruína econômica produzida por Paulo Guedes, maior cabo eleitoral de Lula”.  

Sobre a ruína econômica, a denúncia: “Em operação suspeita e a preço de banana, a Petrobras vende usina de xisto a grupo canadense acusado de espionagem industrial”. E, numa foto, a legenda: Lula, ainda o antídoto. Vale lembrar que é lamentável quando a democracia acaba abrindo as portas para políticos populistas, ofensivos, brutos e violentos.   

Coisas (altamente) previsíveis  

Não foi por falta de aviso(s): quando Bolsonaro chegou ao poder, o The New York Times tachou Bolsonaro de o Donald Trump brasileiro. E o Conversa Afiada, do saudoso PHA, Paulo Henrique Amorim, registrou a denúncia do jornal norte-americano segundo a qual Trump comprou todas as vacinas contra Covid-19 da Pfizer e BioNTech – 100 milhões de doses. E que o Ministério da Saúde bolsonarista gastou somente 29% da verba emergencial prevista para combater o vírus, segundo auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), conforme denúncia da Folha de S.Paulo. Dos R$ 38,9 bilhões prometidos por meio de uma ação orçamentária, R$ 11,4 bilhões saíram efetivamente dos cofres federais até 25/VI.  

E tem mais: tanto as despesas feitas diretamente pela pasta (11,4%) como as realizadas por meio de transferência a estados (39%) e municípios (36%) ficaram muito abaixo do prometido.  

Afinal, tratava-se de uma gripezinha…  

Muito mais do que triste  

Ainda dos arquivos do Conversa Afiada: em texto publicado às vésperas da eleição, com o título: Imprensa internacional rejeita Bolsonaro. E temos parte de editorial do New York Times. Título: A triste escolha do Brasil.  

– Jair Bolsonaro é um brasileiro direitista que tem visões repulsivas. Ele disse que se tivesse um filho homossexual, preferiria que ele morresse; que uma colega no Parlamento era muito feia para ser estuprada; que os afro-brasileiros são preguiçosos e gordos; que o aquecimento global equivale a “fábulas”. Ele sente saudades dos generais e torturadores que governaram o Brasil por 20 anos. No próximo domingo, no segundo turno da eleição, o sr. Bolsonaro provavelmente será eleito presidente do Brasil. Por trás dessa perspectiva amedrontadora, há uma história que se tornou assustadoramente comum entre as democracias do mundo. Os brasileiros estão desesperados por mudanças. Não é surpresa que ele seja frequentemente descrito como o Donald Trump brasileiro.  

E finaliza: é triste para a democracia quando a confusão e o desapontamento distraem os eleitores e abrem as portas para populistas ofensivos, brutos e violentos.  

Não deu outra.  

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