Decifrando a charada de um velho trambique  

Com roupagens atualizadas, o conto do vigário continua marcando presença; e vale ir a sua origem, até porque ele deu espaço para muitas outras vigarices  

Com roupagens atualizadas, o conto do vigário continua marcando presença; e vale ir a sua origem, até porque ele deu espaço para muitas outras vigarices  

De leitura recomendável, posto que pautada pelo jornalismo plural, a revista Aventuras na História, da Editora Caras, São Paulo, e que tem Izabel Duva Rapoport como editora, traz nesta semana a pouco conhecida origem do chamado conto do vigário.  

E vale lembrar que ditados populares são frases ou expressões consideradas sábias, porque são passadas de geração para geração e transmitem experiências e conhecimentos que podem ajudar pessoas mais novas a entenderem determinados fatos – e comportamentos. Charadas são enigmas que, dependendo de seu conteúdo, podem nos fazem rir ou mesmo fundir a cuca. Seja como for, é um passatempo delicioso.  

Coisas do (nosso) dia a dia:  

  • Qual é o céu que não possui estrelas? O céu da boca.  
  • O jeito é fazer uma vaquinha.  
  • Época de vacas gordas/ou magras.  
  • É um arroz de festa.  
  • Chato de galocha.  
  • Foi salvo pelo gongo.  
  • Vamos lá, nem que a vaca tussa.  
  • Trata-se de um santinho do pau oco
  • Gato escaldado tem medo de água fria.  
  • Não existe rosa sem espinho.  
  • Em cavalo dado não se olha os dentes.  
  • De médico e de louco todo mundo tem um pouco.  
  • Não há mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe.  
  • Águas passadas não movem moinho.  
  • Antes só do que mal acompanhado.  

Matando a charada  

Conto do vigário é uma expressão usada tanto no Brasil como em Portugal – e, é claro, significa uma jogada com o objetivo de burlar alguém, vigarice. A origem é desconcertante, até mesmo para quem não é católico. Segundo a matéria da revista, assinada por Adriana Lui, no século 19 “um grupo de malandros dizia-se portador de uma grande quantia de dinheiro, confiada a eles pelo próprio vigário e guardada numa mala pesadíssima. Para seguirem viagem, coitados, precisavam de um lugar seguro para guardar o volume. Pediam em troca uma pequena soma em dinheiro, só como garantia. Não é que os portugueses caíam? Foram tantos que os golpes ficaram famosos e deram origem ao termo vigarice e seus derivados”.  

PS: e no Brasil de hoje sobram derivados…

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