Breve diálogo numa fila à espera do busão e, é claro, por conta das batalhas eleitorais em curso:
– Essa vai ser uma eleição diferente. Tem que usar máscara e, mais importante, levar caneta.
– Não entendi… Voltamos à cédula de papel?
– Culpa da tal Covid-19. É pra evitar a propagação do vírus. Nada de chegar lá e pedir emprestado a caneta do mesário ou do vizinho na fila.
– Ah, tudo bem, sem problema. Eu ainda tenho uma BIC azul em casa… Com um pouquinho de tinta, mas quebra o galho.
O adeus à caneta tinteiro
Por conta das eleições e suas formalidades, há quem tenha pesquisado a origem da caneta esferográfica, muito famosa, popular, mas pouco conhecida neste aspecto.
Foi em 1884 que Lewis E. Waterman patenteou a invenção. As canetas esferográficas, do modelo usado atualmente, surgiram em 1937 graças ao húngaro Lásló Bíró, que se baseou em uma caneta que não borrava e cuja tinta não secava no depósito, como ocorria com a velha caneta-tinteiro.
O adeus à urna de lona
As urnas eletrônicas começaram a ser usadas no Brasil em 1996, quando 32% dos eleitores votaram usando o (estranho) equipamento – e, para muitos, altamente suspeito. Quatro anos depois, o país sepultaria de vez as antigas urnas de lona.
Mas até 1996, a apuração de votos no Brasil era manual – e, conforme o local, o processo consumia horas, dias e até semanas. Como tudo era manual, abundavam erros e trapaças.
Os principais trambiques, segundo registros da época:
– Preenchimento de cédulas com votos em branco para beneficiar um candidato.
– Votos nulos interpretados ao gosto de quem fazia a leitura, além da subtração e inclusão de cédulas.
As urnas “emprenhadas”
Havia ainda o golpe das urnas emprenhadas. Como elas tinham apenas um cadeado e lacres de papel, muitas delas já chegavam grávidas à seção eleitoral, ou seja, recheadas de votos.
Eleições e políticos na opinião de gente que merece crédito.
Carlos Drummond de Andrade:
– A diferença entre um estadista e um demagogo é que este decide pensando nas próximas eleições, enquanto aquele decide pensando nas próximas gerações.
Winston Churchill:
– Se os porcos pudessem votar, o homem com o balde de comida seria eleito sempre, não importa quantos porcos ele já tenha abatido no recinto ao lado.
Orson Scott Card, escritor:
– O pobre é esquecido pela sociedade, mas bem lembrado em época de eleição.
Valter Bitencourt Júnior, poeta e escritor baiano:
– Não há nada de errado com aqueles que não gostam de política, simplesmente serão governados por aqueles que gostam.