Com “ele” tudo é possível – e bota tudo nisso

O presidente de um país virar capa de revista de circulação nacional não seria novidade, mas, com foto, pelado e chamado de demente é desconcertante...

A que ponto nós chegamos – ou a que ponto nós fomos levados a isso: na revista Carta Capital, na semana passada, o assunto de capa foi Bolsonaro – despido, cobrindo parte (frontal) do corpo com um chapéu. O título: DEMENTE EM PELO (isso mesmo, em caixa alta), e vem o texto “entre o ex-ministro investigado e protetor de todas as horas (contadas), o presidente Jair Bolsonaro está nu”.  

O que é uma pessoa demente? Que tem um distúrbio mental ou sofre de algum tipo de demência. Sentido figurado: ignorante, desmiolado ou louco. A conotação trata do sentido figurado, simbólico das palavras, não literal – algo que uma palavra ou coisa sugere.  

Denotação é a forma de uso e manifestação da linguagem em seu sentido literal, dicionarizado. Conotação é a forma de uso e manifestação da linguagem em seu sentido figurado. “Ele corre feito um cavalo”, “só falta chover canivete”, “ele chora feito um bezerro desmamado”…  

Algo temporário ou permanente?  

Demente: que ou quem sofre de distúrbio mental temporário ou permanente; que ou quem age de forma incoerente ou fora do comum; desmiolado, lunático; e, por extensão: que ou quem age de maneira pouco inteligente; néscio, ignorante. Etimologia: estudo gramatical da origem e história das palavras, de onde surgiram e como evoluíram ao longo dos anos. Origem: a palavra etimologia, etymology em inglês, vem do grego étumos (real, verdadeiro) +logos (estudo, descrição, relato) e significa hoje o estudo científico da origem e da história de palavras. Origem: ETIM lat. demens,entis “insensato, louco”.

Semelhantes: maluco, adoidado, alienado, aloprado, aloucado, aluado, amalucado, biruta, desassisado, desatinado, desequilibrado, destrambelhado, desvairado, doido, gira, insano, lelé, leso, louco, lunático, mentecapto, pancada, pinel, sandeu, tresloucado…  

Expressão popular: nu em pelo – completamente nu. E aí resta citar o Lalau, Stanislaw Ponte Preta:  

– A prosperidade de alguns homens públicos do Brasil é uma prova evidente de que eles vêm lutando pelo progresso do nosso subdesenvolvimento.  

– Às vezes eu tenho a impressão de que meu anjo da guarda está gozando licença-prêmio.  

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