Por conta da revista – revista só no formato, já que reúne a importância de um bom livro – AVENTURAS NA HISTÓRIA, edição 233, que acaba de chegar às bancas (e aos assinantes), o assunto de capa é “a origem e as mudanças da democracia brasileira ao longo dos tempos”. E, como sempre, a editora, Izabel Duva Rapoport, no editorial bem destaca que, “há mais de 2 mil anos, em Atenas, quando surgiu, a democracia não era exatamente bem aceita”. Muito pelo contrário.
Um país desigual
Filósofos gregos como Platão e Aristóteles acreditavam que, nas mãos do povo, uma cidade certamente viraria o caos. Mesmo assim, a democracia se tornou o regime de governo da maioria do planeta. Mais que isso: se transformou num valor mundial – ainda que esteja, pelo menos em terras brasileiras, sempre em estado de crise. E não poderia ser diferente. Afinal, como praticá-la num país tão desigual como o nosso?
Ainda dos textos da revista:
– É notório que a posição social por aqui dá mais voz a uns que a outros, distorcendo, obviamente, a base da democracia, que é a liberdade política de direito (e condições para isso) a todos os cidadãos. Ainda temos – e, provavelmente, sempre teremos – um longo caminho a seguir e construir.
E no texto Brasil e a democracia – um vai e vem complicado, de Rodrigo Cavalcante, temos que “mais de 156 milhões de brasileiros podem eleger um presidente, o que faz do país uma das maiores democracias do planeta”.
PS: já que fomos considerados o país do futebol, resta torcer para que possamos vir a ser, um dia, também o país da democracia – democracia de fato e de direito. Como diria Leandro Karnal, professor e historiador, “democracia não é o paraíso, mas ela consegue garantir que a gente não chegue ao inferno”.