A coisa tá feia – mas poderia ser bem pior  

Não se trata do desgoverno federal, mas do tempo e os problemas registrados em Curitiba, com rajadas de vento que chegaram a 50 km por hora

Como noticiou o Plural, em matéria de Aline Reis, a forte chuva de domingo provocou alagamentos, quedas de árvores e deixou 1,5 mil locais sem luz na capital e região metropolitana. As rajadas de vento chegaram a 50 quilômetros por hora, de acordo com o Simepar.  

Aí, alguém ilhado em casa, como se já não bastasse a tal gripezinha, voltou no tempo. Ou para outros tempos: era comum um alerta caseiro quando São Pedro ensaiava uma tempestade: não se tratava do “pegou o guarda-chuva?”, mas do perigo de ficar diante de um espelho. Espelho atrai raios? Não. É que a crença surgiu na época em que os espelhos tinham grandes molduras metálicas – e elas, sim, representavam um grande atrativo para os raios. Por um bom tempo, no entanto, os mais velhos recomendavam a necessidade de cobrir espelhos durante uma tempestade.  

Depois do espelho, o celular

Embora muitas pessoas acreditem que o celular atrai raios, a resposta é não. O aparelho não faz com que você tenha mais chances de ser atingido por um raio. A crendice popular foi desmentida por vários especialistas, incluindo profissionais NOAA – National Oceanic and Atmospheric Administration.  

Voltando no tempo, muito anterior ao Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná – SIMEPAR.  

A fim de provar que os raios eram descargas elétricas da natureza, o americano Benjamin Franklin procedeu a uma experiência que ficou famosa, com base na qual inventou o (seu) para-raios. Durante uma tempestade, empinou uma pipa ou papagaio de papel usando um fio metálico. E constatou o que as nuvens eram carregadas eletricamente, ao observar as faíscas que se produziam entre uma chave atada à ponta do fio e sua mão. Franklin propôs, pela primeira vez, um método de proteção contra raios em um edifício: colocar uma ponta metálica 2 ou 3 metros acima do telhado e conectado à terra.  

Trata-se de um para-raios do tipo Franklin (haste pontiaguda) no qual são fixados radioisótopos. A proposta seria que a radiação emitida por estes radioisótopos ionizaria o ar ao redor da haste, facilitando a conexão com o raio e promovendo maior proteção. As pontas do para-raios servem para atrair os raios, assim que o raio é atraído ele acaba desviado até o solo pelos cabos e dissipado no solo, sem causar nenhum dano nas residências.  

Para-raios radioativo  

No Brasil, de 1970 a 1989, a grande maioria dos para-raios utilizava o elemento radioativo amerício-241, sendo que menos de 1% utilizavam o rádio-226. Em 1989, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), com a Resolução 4/89, suspendeu a autorização para a fabricação e instalação deste tipo de para-raios, baseada em estudos feitos no Brasil e no exterior que demonstraram que o desempenho desse tipo de para-raios não era superior ao dos convencionais e, portanto, não se justificava o uso de fontes radioativas.  

PS: e, sem provocação, hoje temos um Furacão que é motivo de seguidas festas. Ele mesmo, o rubro-negro da Baixada. Desculpe essa, chefia…  

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