Fotografias antigas ganham cor e vida com técnicas de restaurações

Conheça o trabalho de dois fotógrafos que preserva as lembranças e traz para o presente o que a câmera capturou no passado

O casal de fotógrafos Eliana Lopes e Silvio Lopes trabalha com fotografia há 35 anos. O início da carreira veio com uma mudança na vida do trabalho de Silvio, que por necessidades financeiras teve de adequar os projetos da família naquela época.

Eliana não pensava em trabalhar profissionalmente com fotografia, mas acompanhava o marido e acabou se encantando com o ofício e com a rotina de trabalho.

Hoje, eles são proprietários da empresa Foto Lana, localizada no bairro América, em Joinville (SC). O dia a dia da empresa extrapola a produção de fotografias, pois o casal oferta o serviço de restauração fotográfica.

Foto levada para restaurar, antes…
… e depois do trabalho do casal.

Eliana e Silvio conversaram com a reportagem sobre o trabalho de recuperação de fotos antigas e como tal atividade entrelaça técnica e memórias.

Vocês estão há 35 anos no mercado de Joinville. Naquele início, a sociedade, a cultura, as exigências da população e a economia tinham configurações bem diferentes. Como vocês introduziram serviços de recuperação de fotografias no contexto da época?
Eliana: Nessa época, câmeras e fotos não estavam ao alcance de todos como hoje. Muitas pessoas tinham só uma foto de quando eram criança e vinham até nós para melhorar o aspecto da foto original, que com o tempo se perdia. No início não fazíamos restaurações, mas as solicitações apareceram e, assim, fomos nos aperfeiçoando.

Quais os tipos de fotografias que vocês mais restauram?
Eliana: São de familiares, como por exemplo, jovens que trazem fotos antigas dos avós ou dos pais. A maioria dos clientes buscam restaurar os danos físicos e o ajuste de cores.

Qual o sentimento de trazer de volta uma imagem que, às vezes, é a única que a pessoa tem de alguém querido que já não está com ela?
Eliana: É muito gratificante poder resgatar uma lembrança com as imagens recuperadas. Acho que eu fico mais feliz que o cliente.
Silvio: Podemos dizer que tem dois momentos. O fator físico da restauração da foto e o fator emocional – que é trazido pelo afeto agregado que a imagem traz ao cliente. Pra mim, os dois momentos trazem satisfação.

O que vocês enxergam nas fotografias antigas? Quais sentimentos vocês têm quando olham uma imagem do passado?
Eliana: A mensagem que uma fotografia passa é a história da vida, dos acontecimentos e das pessoas, um sentimento de afeto e de pertencimento.

Como vocês começaram a fotografar profissionalmente, qual foi o primeiro trabalho?
Silvio: A fotografia profissional foi impulsionada pelo momento que eu estava passando. Desempregado, conversando com um amigo que fotografava como hobby, surgiu a ideia. Eu tinha um equipamento para começar e era oportunidade para melhorar a situação. O primeiro trabalho foi para um radialista da cidade. A partir dali fizemos um curso da Kodak, o que nos trouxe mais incentivo para continuar. No início, tivemos que vender nosso carro, um Fusca, para comprar a primeira câmera fotográfica profissional, uma Olympus OM-1.

Houve algum trabalho que marcou vocês nesses 35 anos?
Eliana: Sim. Uma das situações que marcou foi de um casal que tinha uma foto muito antiga, acho que de 1927, e nos surpreendeu quando entregamos o material. O cliente ficou tão agradecido de ver a imagem recuperada; que queria pagar mais do que o orçamento passado. Isso foi inusitado para nós.

Orientador: Marcia Boroski

Sobre o/a autor/a

Compartilhe:

Leia também

O (des)encontro com Têmis

Têmis gostaria de ir ao encontro de Maria, uma jovem vítima de violência doméstica, mas o Brasil foi o grande responsável pelo desencontro

Leia mais »

Melhor jornal de Curitiba

Assine e apoie

Assinantes recebem nossa newsletter exclusiva

Rolar para cima