Brasil atinge 1 milhão de casos de dengue e aumento chega a 200% em 2022

Centro-Oeste e Sul lideram com maior número de casos. Paraná decretou epidemia em abril

A dengue voltou a preocupar as autoridades sanitárias em todo o país. De acordo com dados do Ministério da Saúde, as regiões Centro-Oeste e Sul lideram com o maior número de incidências de casos, com 1.629,9 e 983,9 por 100 mil habitantes, respectivamente. Entre agosto de 2021 e julho de 2022, o Paraná somou 132.328 casos da doença. Em dados do Informe Epidemiológico publicado no dia 23 de agosto pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), o Estado acumula 2.350 notificações de casos suspeitos de Dengue, sendo que 1.224 foram registrados na última semana. Em abril deste ano, o Paraná decretou estado de epidemia.

Em Minas Gerais não é diferente, principalmente no interior do estado. Heloisa das Dores, chefe de laboratório, moradora de Caratinga, região do vale do aço mineiro, foi infectada. “Um outro familiar começou a sentir os sintomas, logo em seguida, percebi que estava com um pouco de febre e dor no corpo. Procurei um médico e tive meu diagnóstico (de confirmação da dengue)”, disse Heloísa que sofreu com sintomas como dor no corpo, febre e muita dor de cabeça. Ela tem muito medo de contrair a doença novamente e acredita que cada um precisa fazer a sua parte.

Já na cidade de Rio Doce, a 180 km da capital, Belo Horizonte, o número de focos do mosquito Aedes Aegypti preocupa os servidores da área de saúde. Wilian Vagner de Oliveira, coordenador de endemias da cidade, confirma a informação sobre o aumento de focos no local. “Rio Doce, assim como em outras cidades vizinhas, e alguns estados, também está sofrendo com o aumento de focos e casos de dengue. E atribuímos isso a esse período da pandemia, quando tivemos que mudar a forma de ação, de visitas nas residências, onde não podíamos entrar. Nem mesmo em quintais vagos sem autorização de acesso. Ou seja, a gente teve que fazer as visitas incompletas. Além de atividades educativas que deixaram de ser feitas. E com isso a população acomodou-se e ficou mais ligada aos casos da Covid-19”, explicou o servidor.

Os locais onde foram encontrados mais focos em Rio Doce surpreendeu o coordenador. “Os depósitos predominantes foram os classificados por nós como da categoria “B”, ou seja, aqueles que ficam em depósitos removíveis. De quinze focos, oito foram em bebedouros de animais: galinhas, gatos e cachorros. As limpezas que deveriam acontecer pelo menos de dois em dois dias, higienizando de forma correta, não fizeram”.

A agente de saúde de Rio Doce, Rosângela dos Santos, uma das responsáveis pela fiscalização de casas, quintais e demais locais onde comumente encontram focos dos mosquitos, conta como são recebidos nas residências. “Trabalho neste setor há quase 11 anos. Nas visitas, em geral, a população nos atende bem. Mas às vezes alguns estão em casa e fingem não estar para não nos receber. Anotamos o número da casa e voltamos depois, pois essa casa vai ser olhada. Vamos insistir até conseguir olhar a situação daquele local”.

Com duração de até 60 dias, um produto químico é jogado pelos agentes pra eliminar as larvas. Rosângela explica: “Usamos um larvicida chamado Espinosade. A função dele é, em contato com as larvas, matá-las e evitar que elas virem um pernilongo”. A agente faz um alerta: “A doença que mais mata no mundo é a ignorância. A pessoa ter conhecimento de uma doença e não fazer nada para melhorar. Não fazer a parte dela, não pensar nela e nem no próximo”.

Dona Lucrécia Morais não abre mão de cuidar das plantas, mas se mantém atenta para evitar a presença do mosquito. “Tenho muitas plantas, então cuido mesmo. Todos os dias eu olho os vasos. Parece até uma selva, porque eu amo. Mas todos os meus pratinhos, as minhas plantas todas têm areia. Quando está acabando, pois a gente vai jogando água e, de repente, costuma sair, aí coloco mais areia”. A funcionária pública chama a atenção de todos: “Vamos juntos, cada um fazendo a sua parte, todos unidos contra a Dengue.”

Orientação: Karine Moura (professora)

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