O trabalho remoto e a saúde mental

Recentemente, Portugal aprovou uma lei que proíbe empresas de fazerem contato com seus funcionários fora do expediente, seja por telefone, e-mail ou mesmo mensagens eletrônicas

Em um momento incerto como o que estamos vivendo, em que as oscilações ocasionadas pelo cenário de crise sanitária ditam as regras e limitam o convívio social, é importante analisar como as relações de trabalho estão sendo desenvolvidas desde o início da pandemia.

O trabalho remoto deixou de ser uma exceção, e passou a ser uma realidade, e as ferramentas tecnológicas passaram a ser fundamentais para o desenvolvimento de atividades, reuniões com clientes, entrevistas, e até para monitoramento do trabalho realizado pelos funcionários.

Com tantas mudanças, também surgiram reflexos na saúde mental dos empresários e de seus funcionários, tais como a cobrança pelo WhatsApp, com a necessidade de se fazer disponível 100% do tempo, o que pode aumentar a ansiedade dos colaboradores.

Ou as longas chamadas de vídeo, que trouxeram como consequência, por exemplo, a Zoom Fatigue (ou fadiga do Zoom) – cansaço que vem acompanhado de irritabilidade, baixa produtividade e perda de humor.

E toda essa exposição trouxe à tona a necessidade de avaliar com mais cuidado a saúde mental dos colaboradores, principalmente os limites para cobranças nas relações de trabalho.

Recentemente, Portugal aprovou uma lei que proíbe empresas de fazerem contato com seus funcionários fora do expediente, seja por telefone, e-mail ou mesmo mensagens eletrônicas. A lei estabelece outras regras que envolvem o respeito à privacidade dos trabalhadores.

Essas medidas têm como finalidade proteger a relação entre empregado e empregador que desenvolve sua atividade de forma remota, especialmente em razão do aumento expressivo dessa modalidade de trabalho nos últimos anos.

No Brasil, ainda não existem dispositivos legais específicos, como em Portugal, que limitem o contato entre empregado e empregador, após o horário de trabalho. Porém, as cobranças excessivas são vistas como uma forma de assédio moral, especialmente com as ligações repetidas e mensagens.

Mas e o que a sua empresa pode fazer para minimizar esses reflexos e preservar a saúde mental dos seus colaboradores?

No que diz respeito às videoconferências, o empregado deve respeitar um tempo entre uma reunião e outra. Além disso, diminuir a quantidade de reuniões, e ser objetivo durante a realização destas também são formas de evitar a fadiga do uso de aplicativos.

Em relação às mensagens, é importante respeitar o horário de trabalho. Muitos empregados sentem medo ao não responderem as mensagens enviadas pelos empregadores, pois entendem que essa conduta pode levar ao desligamento da empresa. Porém o direito ao descanso é importante, e deve ser respeitado.

Criar um ambiente de trabalho saudável é a melhor solução para que os seus funcionários possam produzir da melhor forma, seja no trabalho remoto ou presencial.

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