Requião é pré-candidato a prefeito de Curitiba. O que muda na disputa?

Ex-governador decidiu que pode voltar a disputar eleições, mas primeiro pediu para ver como se sairia na disputa

Roberto Requião (MDB) decidiu entrar na brincadeira. Nesta sexta, depois de um ano sem mandato, foi almoçar com o diretor de um instituto de pesquisas e pediu para ver como ele se sairia na disputa pela prefeitura. Mais que isso: fez questão de deixar que todos soubessem de seu almoço com Murilo Hidalgo.

Requião não é tolo, longe disso. Não precisa do Paraná Pesquisas nem de nenhum outro instituto para saber como se daria na eleição. Bastaria fazer um tuíte dizendo que é candidato e amanhã todos estariam fazendo levantamentos sobre o tema. Mas desse jeito a coisa ficou mais, digamos, casual. Como se ele nem estivesse querendo tanto a eleição.

Até onde se saiba, ninguém perguntou aos eleitores se eles querem Requião de volta, 10 anos depois do fim de seu governo e mais de 30 depois do fim de sua passagem pela prefeitura. Se ele tem alguma informação sobre isso, não veio a público.

Mas o que muda na eleição caso ele saia mesmo na disputa? A primeira coisa a levar em conta é que estamos falando do sujeito que tem o maior histórico de sucesso em eleições no Paraná em todos os tempos. Ninguém mais conseguiu três mandatos de governador – sem falar em um de prefeito e dois no Senado.

Porém, ai porém… Os tempos podem ser outros para ele. A eleição de 2018, com derrota dupla para Oriovisto (PODE) e Flávio Arns (Rede) foi uma ducha de água fria. Todo mundo achava que Requião era imbatível e que só a segunda vaga estava em disputa. Pois é… A ascensão da direita foi cruel com gente como Requião.

Na capital da província, Rafael Greca (DEM) é tido em geral como o candidato a ser batido. Seus principais opositores até o momento eram Ney Leprevost (PSD) e Francischini (PSL), ambos da direitona: um bolsonarista e outro quase chegando lá. A esquerda era um vácuo.

Os candidatos mais distantes da direita ainda não eram exatamente de esquerda. Caso de Gustavo Fruet (PDT) e Goura (PDT). E nenhum deles parece ter peso no momento para a disputa.

Requião está em outro nível, eleitoralmente e em outro ponto do espectro político. Sua candidatura poderia matar as pretensões dos pedetistas, angariar simpatias do PT e se tornar uma ponte para unir toda a esquerda de Curitiba (que, vá lá, não é tão grande assim).

Mas é cedo pra dizer que a eleição mudou de figura. Tudo depende de Requião sair mesmo para a briga. E pelo jeito ele só sai de casa se estiver com chances reais. Será que é o caso?

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