Ex-petista, Stica volta à Câmara falando da vida dura de empresários

A eleição de Goura (PDT) para deputado estadual permitiu a volta do suplente Jonny Stica (PDT) à Câmara de Curitiba. Ligado a questões culturais e egresso do petismo, que abandonou na crise do impeachment, Stica fala sobre seu novo mandato. Leia a entrevista concedida pelo vereador ao Plural.

O que muda voltando agora na gestão Greca? O sr. será oposição?
Vou assumir a postura que sempre tive nos outros dois mandatos na Câmara: se o projeto é bom para a cidade, voto a favor, se o projeto é ruim, naturalmente voto contra. Fiz isso mesmo quando fui líder da situação ou mesmo quando fui líder da oposição. Às vezes essa postura gera desgastes, mas vale a pena: afinal o que importa são as pessoas e a nossa cidade.

Não gosto de entrar numa caixa pré-fabricada de posições políticas, sempre tive minha autonomia quanto parlamentar, ainda que sempre escute e dialogue com decisões partidárias.

Como acompanhou a gestão nesses dois primeiros anos?
Nestes dois anos me dediquei exclusivamente à vida privada, trabalhando como arquiteto em Curitiba. Recentemente inclusive inauguramos o projeto arquitetônico do Souq – o novo espaço gastronômico de Curitiba. Neste período acompanhei a política como cidadão e sem participar da vida publica.

O sr. era visto como relator “natural” da Lei de zoneamento. Existe essa expectativa?
Existe a expectativa de discussão do tema, que farei independente da relatoria. Como relator aprovei 72 emendas de nosso mandato, que vieram da contribuição da sociedade em diversas audiências públicas. Outros assuntos como meio ambiente, educação e cultura sempre estiveram dentre os temas prioritários – inclusive presidi a Comissão de Urbanismo e a Comissão de Educação e Cultura na Câmara. Espero ampliar meu debate no tema de maior importância do momento econômico do Brasil: geração de emprego e renda, desburocratização das instituições da administração pública.

O sr. saiu do PT no auge da crise do partido. Isso pode ter tido influência na sua não reeleição?
Os meus eleitores sempre foram mais independentes de questões partidárias, era identificado mais por quem gostava de discutir as soluções para a cidade, como a abertura da pedreira, as leis ambientais, o plano diretor, enfim temas por uma cidade melhor. Tanto é que fizemos 5,4 mil votos – resultado bom que me elegeria em praticamente todos partidos. Já no PDT, por conta do número de candidatos de peso ficou um pouco mais difícil.

Acredito que fomos bem, esta foi a minha média de votos das outras eleições e fiquei entre os mais votados – caso o critério fosse somente por votos, independente das coligações. Enfim, não imputo a não reeleição a ninguém. Até porque quando saí do PT não fiz esta avaliação eleitoral, foi mais a questão de não ter afinidade com tudo que estava acontecendo. Estava bastante decepcionado com os escândalos políticos e queria oxigenar também minha forma de fazer política.

Do passado, respeito o que vivi, mas tendo sempre a olhar para frente com novas metas e sonhos, sempre agindo como acredito e principalmente honrando aqueles que me elegeram. Não sou preso a velhas ideias. Aliás, acredito que esses dois anos dedicados à iniciativa privada me fizeram bem, a gente amadurece bastante ao ver na prática como quem gera emprego sofre no Brasil.

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