Denúncia de propina milionária é duro golpe na Lava Jato

Advogado da Odebrecht diz que pagou para não ser preso pela força-tarefa

A declaração do advogado Tacla Duran dada ao repórter Jamil Chade e publicada nesta terça-feira é provavelmente o maior golpe já sofrido pela Lava Jato até hoje. Equipara-se às reportagens do The Intercept Brasil por trazer uma acusação mais grave – embora baseada apenas num testemunho, sem que tenham sido apresentadas  provas.

Duran afirmou com todas as letras que pagou para não ser preso pela Lava Jato. Disse que entregou dinheiro ao advogado curitibano Marlus Arns, que segundo ele cobrou US$ 5 milhões para livrá-lo da cadeia.

O que fica mais grave é a insinuação por trás disso. Como um advogado teria poder para livrar alguém da cadeia – ou melhor, para ter certeza de que o resultado seria esse? O ponto é que Arns tem conexões com o casal Moro.

“Marlus Arns, que recebeu o pagamento (…) já tinha trabalhado com a mulher do [ex] juiz Sergio Moro, sendo outro sócio o advogado Carlos Zucolotto Junior, que também foi sócio da mulher de Moro”, diz carta dos advogados de Duran, hoje em liberdade na Espanha.

Evidente que a palavra de uma pessoa não é suficiente para uma condenação. Para que de fato houvesse algo mais concreto, Duran teria de comprovar o pagamento a Arns (1) e depois comprovar que foi isso que o livrou de ser preso (2).

No mínimo, isso comprova que a Lava Jato passa por um péssimo momento e que a maré virou: agora, quem enfrenta denúncias todo dia é o pessoal que até outro dia só denunciava.

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