Assim como todas as cidades do Brasil, Curitiba foi radicalmente afetada pela redução nos voos chegando e partindo do aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais. E exatamente nesse período em que Azul, Gol e Latam retomam aos poucos as conexões, uma outra companhia aérea planeja desembarcar por aqui em breve. É a ITA Transportes Aéreos, um braço do Grupo Itapemirim, aquele mesmo de transporte rodoviário.
A nova empresa deve começar a operar em março próximo, mas ainda não há uma programação exata sobre rotas e horários. Sem isso, as passagens sequer começaram a ser vendidas. Mesmo assim, a ITA adiantou que deve operar em nove cidades do país: Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo (Guarulhos) e Vitória.
É importante para a capital paranaense estar nessa lista, mesmo que o início das operações da companhia seja tímida, com as aeronaves sendo incorporadas aos poucos à frota. O plano é receber 10 aviões do modelo Airbus A320 até março, mas devido a questões burocráticas e técnicas, nem todos estarão à disposição logo de partida — o primeiro chegou ao Brasil no último sábado (20).
Claro que a frequência de voos no Afonso Pena ainda está longe do que era registrado antes da pandemia, mas a presença de uma nova companhia aérea pode auxiliar nessa retomada, especialmente se a vacinação contra a Covid-19 avançar, o que, convenhamos, não parece ser o caso para já.
De qualquer maneira, a ITA pode acabar entrando em um mercado no qual as três grandes aéreas do Brasil ainda não conseguiram confirmar a recuperação. Hoje a Azul tem 55% dos voos que tinham no ano passado em Curitiba. A Latam opera 38% da capacidade do ano passado e a Gol chega a 37% dos voos que tinha anteriormente.
São menos frequências em algumas rotas e menos destinos atendidos. A Gol, por exemplo, liga Curitiba a São Paulo (Congonhas e Guarulhos), Brasília e Rio de Janeiro. No ano passado, tinha voos para Porto Alegre, Maringá e Foz do Iguaçu. A Latam ainda não retomou voos para o Rio de Janeiro e Porto Alegre.
Como a ITA pretende atuar nos principais mercados, há várias rotas possíveis ligando Curitiba, sejam as já operadas por outras companhias ou aquelas que foram temporariamente abandonadas. Para o passageiro, é mais uma opção. É sempre bom ter concorrência, pois é quando o consumidor consegue comprar passagens com preços mais baixos.
Para ir além
Sobre o/a autor/a
Gustavo Ribeiro
Jornalista e mestre em Ciências da Comunicação pela Universidade Fernando Pessoa (Portugal), pesquisa e escreve sobre aviação desde 2006.