O governador Ratinho Jr. (PSD) decidiu apoiar a candidatura de Rafael Greca (DEM) à reeleição em Curitiba. Com isso, Ney Leprevost (PSD), que desde 2016 está no mesmo partido do governador, será praticamente forçado a desistir da disputa.
Ratinho, por estar no comando do governo, tem o partido nas mãos. MEsmo que Ney decidisse manter a candidatura, não conseguiria vencer a convenção. Se vencesse a convenção, teria de disputar a eleição contra o próprio partido e contra o governador.
O anúncio da decisão de Ratinho veio de forma oblíqua. O governador disse que está “reconvocando” Ney para o governo. Quer que ele retome o trabalho na Secretaria da Justiça, Família e Trabalho.
O texto é cheio de elogios ao ex-secretário, que deixou o governo para poder se candidatar. “O Ney é homem da minha confiança, gestor sério e competente, um dos principais generais do nosso exército. Preciso que ele retorne rápido ao governo. Tenho certeza de que não se negará a ajudar o Paraná”, afirmou o governador, segundo texto do Palácio Iguaçu.
Segundo o texto enviado à imprensa, Ratinho ainda tentou amenizar a derrota que está impondo ao correligionário: “ Ele tem só 46 anos. Ainda vai ser um grande prefeito de Curitiba. Tem capacidade pra ser senador ou governador um dia. Mas, no momento, precisamos do Ney comandando a retomada dos empregos e o socorro às famílias em vulnerabilidade que tiveram sua situação agravada devido a esta pandemia.”
Ney era maior obstáculo
Desde o começo da corrida eleitoral, o grupo de Rafael Greca vinha se movimentando para matar a candidatura de Ney. O modo encontrado foi filiar o vice do prefeito, Eduardo Slaviero, no PSD de Ratinho. O governador, que tem interesse no apoio de Greca e que vê com bons olhos a proximidade com Eduardo, aceitou o acordo.
Leprevost, que chegou ao segundo turno em 2016, era visto como o principal obstáculo para a reeleição. Pesquisa revelada nesta sexta (4) mostra que, sem Ney na disputa, Greca tem chances reais de ganhar a reeleição já no primeiro turno.