– O mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer.
Albert Einstein
A quarentena do Covid-19 até pode ter prazo pra acabar – e a do mau-caratismo? Essa pandemia, que não é de hoje, e não apenas nossa, parece condenada a nunca ter fim. Basta ver a poluição dos oceanos. Segundo dados divulgados pela ONU, 80% de todo o lixo marinho é composto por plástico e a estimativa é que em 2050 a quantidade de plásticos na água supere a de peixes. Para ter uma ideia, hoje a presença de microplásticos nos mares já supera a quantidade de estrelas na galáxia.
O alerta é do Greenpeace UK: a cada ano, os oceanos recebem 12,7 milhões de toneladas de plástico, desde garrafas e sacos plásticos até canudos. E o maior impacto negativo dessa poluição é a ingestão desses resíduos pelos animais. O consumo dessas embalagens plásticas, como garrafas PET, impede que os animais mergulhem profundamente, impossibilitando-os de caçar e até de comer.
O “cemitério” de navios
Não bastasse (tudo) isso, vale destacar o desmonte de navios. E acharam o melhor lugar para abandonar o resto das embarcações: fica nas proximidades de Alang, Índia, fronteira com o Paquistão. Como as marés são altas, os navios encalham usando a própria propulsão de seus motores. Assim, quando a maré baixa, os cascos ficam expostos e o trabalho de desmonte tem início. Para render mais dinheiro, é claro. Nada se perde tudo se tran$forma.
Guindastes removem as superestruturas do convés. Um navio de grande porte que transportava bauxita ou grãos desaparece em 40 dias. E o que sobra, lixo do lixo, é disputado por pessoas que lutam para sobreviver num ambiente de miséria. Título da matéria: Onde os navios vão para morrer – como é o maior cemitério de barcos do mundo.
O mar não está pra peixe
Está no site Histórias do Mar, do jornalista Jorge de Souza, ex-editor da revista Náutica e criador, entre outras, das revistas Caminhos da Terra, Viagem e Turismo e Viaje Mais. Autor dos livros O Mundo É Um Barato e 100 Lugares que Você Precisa Visitar Antes de Dizer que Conhece o Brasil. Com fotos impressionantes, publica novas histórias náuticas verídicas todos os dias, fruto de intensas pesquisas – que deram origem a seu terceiro livro, também chamado Histórias do Mar – 200 Casos Verídicos de Façanhas, Dramas, Aventuras e Odisseias nos Oceanos, lançado em abril do ano passado.
PS: o caos avança – e não é por falta de alerta.