A Prefeitura de Curitiba está sendo processada pelo Sindicato dos Servidores Municipais de Enfermagem de Curitiba (Sismec). O motivo é a suposta falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para os profissionais de saúde da Capital.
A secretária municipal da Saúde, Márcia Huçulak, negou a falta dos equipamentos durante a live de atualização de casos do dia 8 de abril. A denúncia ainda alega que a prefeitura não afastou todos os profissionais com mais de 60 anos ou com doenças crônicas, que fazem parte do grupo de risco para covid-19.
De acordo com a presidente do Sismec, Raquel Padilha, o sindicato recebe mais de 20 denúncias diárias sobre a falta de EPIs na rede pública de saúde. Segundo ela, a prefeitura foi notificada três vezes sobre o problema. Além disso, disse que a questão está sendo alertada desde o dia 19 de março.
Raquel destaca que a maior preocupação do sindicato está com a saúde da população, que depende de servidores saudáveis para atender. Para ela, o risco maior está no fato de que os enfermeiros doentes podem ser vetores de transmissão da doença. E isso pode afetar diretamente quem precisa de tratamento. “A situação é urgente e nós estamos tendo toda essa morosidade para ela ser resolvida”, afirma.
O Sismec aponta que há falta no seguintes equipamentos: máscaras, aventais de contágio, pijamas hospitalares e toucas. A prefeitura foi citada na ação na última quinta-feira (30) e tem até o dia 7 para se defender no processo.
O outro lado
A Prefeitura de Curitiba informou ao Plural que vai responder dentro do prazo e dos trâmites legais. Além disso, o Executivo reforça que não há falta de EPIs para os profissionais de saúde da rede municipal. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) argumenta que investiu R$ 8 milhões para reforçar os estoques já existentes desses equipamentos.
Além disso, garantiu que o investimento em EPIs é constante. De acordo com a prefeitura, desde o início do ano, já foram adquiridos 1,8 milhão de luvas, 834 mil máscaras, 140 mil aventais, 500 óculos de proteção, entre outros.
A prefeitura afirma que em nenhum momento os EPIs estiveram em falta, no entanto, disse que tem pedido com frequência para que esses equipamentos sejam utilizados de maneira racional. Segundo o Executivo, a demanda pelos EPIs cresceu junto com o número acentuado de infectados pelo coronavírus.
Sobre os profissionais que estão no grupo de risco para a covid-19, a prefeitura destaca que já afastou 844 servidores da rede municipal de saúde. Entre eles estão idosos, gestantes e doentes crônicos.
Sobre o/a autor/a
Rodrigo Silva
Rodrigo Silva é jornalista graduado pela Universidade Positivo (UP) e pós-graduando em mídias digitais pela UP. Tem experiência como produtor, editor de televisão e apresentador de programas de rádio.