O primeiro grande teste da reforma da Previdência Social proposta pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL) será a votação na Comissão de Constituição e Justiça na Câmara. A comissão, presidida pelo deputado paranaense Felipe Francischini (PSL), provavelmente votará o tema na sessão de 3 de abril. Caso seja derrotada, a reforma nem continuas a tramitar.
Embora em tese os deputados devessem analisar apenas se o projeto enviado pelo governo é constitucional, evidentemente o voto já será politizado: no fundo, cada um estará dizendo se acha que a reforma deve ou não prosperar.
Felipe Francischini, que foi eleito para o cargo na semana passada, com apenas 27 anos e em seu primeiro mês de mandato, acredita que o governo terá uma vitória tranquila na CCJ, onde a votação é do tipo “sim ou não”. Em outras comissões e no plenário, a situação é diferente.
Nas CCJ, além de Francischini (filho do delegado Francischini), há quatro outros deputados federais paranaenses atuando como titulares. Nem todos declararam posição sobre o tema até o momento.
Francischini, membro do partido do presidente, evidentemente é favorável à reforma e trabalhará por sua aprovação.
Paulo Martins (PSC), deputado de perfil ultraliberal, dificilmente votará contra a proposta de Bolsonaro.
Diego Garcia (Podemos), eleito pela comunidade carismática católica e pelo Norte Pioneiro, já declarou voto contrário à reforma.
Luizão Goulart (PRB), ex-prefeito de Pinhais, foi filiado ao PT por muitos anos, o que indica uma tendência contrária a uma reforma liberal.
Rubens Bueno (PPS), por fim, tem dado declarações vagas, dizendo que é preciso tomar cuidado para que não haja prejudicados.