Ex-amigo leva Beto Richa à cadeia por desvio de verba em escolas

Maurício Fanini disse que Beto Richa usava dinheiro desviado em campanhas eleitorais

O governador Beto Richa (PSDB) conseguiu dois salvo-condutos de Gilmar Mendes. Não pode mais ser preso na Operação Rádio Patrulha – que o levou para a cadeia em setembro. Não pode mais ser preso na Operação Integração, que o levou pela segunda vez preso. Mas Beto tem tantas encrencas com a Justiça que acabou sendo preso pela terceira vez.

Agora, o que o levou a mais uma detenção foi a Operação Quadro Negro, que investiga desvios em obras de escolas públicas do estado durante seu governo. O dono da construtora Valor, Eduardo Lopes de Souza, e um ex-diretor da Fundepar, Maurício Fanini, amigo íntimo de Beto, delataram o tucano, dizendo que ele recebeu dinheiro desviado para suas campanhas.

Na semana passada, vieram a público fotos que Maurício Fanini teria entregado ao Ministério Público de uma festa em Miami em que ele, responsável pela Fundepar, aparece com Richa tomando champanhe dentro de uma piscina junto com outros empresários que tinham contrato com o governo. Fanini fechou delação, que foi homologada pela Justiça.

É muito provável que Beto consiga, pela terceira vez, a liberdade em pouco tempo. Em nenhuma das vezes ele chegou a ficar uma semana preso antes de conseguir decisão para sair e esperar o julgamento em liberdade.

Como dessa vez foi novamente o Gaeco, de Leonir Battisti, quem pediu a prisão, a defesa deverá inclusive alegar algum tipo de perseguição. E certamente dirá outra vez que Beto não está colocando as investigações em risco – que é o argumento do MP para pedir que ele fique preso preventivamente.

A Quadro Negro começou quando se descobriu que a Valor não estava entregando nenhuma das obras contratadas, mas mesmo assim recebia como se tudo estivesse andando às mil maravilhas. Ficou famoso um caso de Campina Grande do Sul em que a empreiteira recebeu 99% do preço combinado mas só ergueu 6,8% da escola.

Os defensores de Beto Richa dizem que antes de qualquer aditivo chegar ao governador, passava por onze pessoas na estrutura do governo, e que o chefe do Executivo precisa confiar em quem vê o processo antes, pois não tem tempo de ler tudo. No entanto, os delatores dizem que foi ele quem ordenou os desvios.

 

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