Após participar do maior evento da América Latina voltado para Tecnologia e Inovação para a área da Educação, a 27°edição da feira Bett Educar, pude resumir o foco principal da área no Brasil: o Bilinguismo e atividades Socioemocionais tomaram conta das 260 palestras e fóruns, e dos mais de 270 expositores no evento. Mais de 30 mil visitantes em quatro dias de feira, dedicados à inovação e tecnologia voltados para educação. Discussões sobre a retomada do ensino remoto ao presencial ou híbrido, as condições emocionais de educadores e alunos durante o período da pandemia, a distancia entre a fluência de um outro idioma dentro e fora das escolas, além de muitas outras dificuldades do setor. Mas por que tais temáticas se tornam pautas tão importantes para a educação brasileira?
Mudanças aceleradas do setor educacional ocasionados pela pandemia, trouxeram muitos desafios, porém, ao mesmo tempo também empurraram o desenvolvimento utilizando a tecnologia em favor da educação. Entretanto, tal aceleração que fez desenvolver de forma muito rápida o setor educacional, também trouxe desigualdade. Uma vez que apenas uma pequena parcela da população tem condições de usufruir de tudo o que a tecnologia trouxe de bom neste avanço do setor. Como também questões relacionadas à multiculturalidade e ao bilinguismo. Uma vez, que poucas escolas, e na quase totalidade escolas privadas, dão condições aos alunos desenvolverem uma segunda língua utilizando tecnologia e vivências de imersão.
Mas na prática, o que é ser bilíngue? Seu filho participa de jogos virtuais onde toda comunicação é inglês, ele é bilíngue ou não é? Segundo François Grosjean, bilíngue é toda pessoa que utiliza outra língua em situações do dia a dia, para a necessidade momentânea, e consegue com isso se expressar e interagir de forma a conseguir o que precisa daquela situação. Mas o bilinguismo pode ir muito mais além. Pode ser a verdadeira preparação da criança ou adolescente, para utilização da outra língua não materna, para realizar algo que faria na sua língua materna.
Por isso o bilinguismo está tendo tanta atenção das escolas. Plataformas online, jogos virtuais, realidade virtual e multiverso já operam em inglês, exigindo de seus usuários tais capacidades. O futuro dos alunos de ensino básico hoje já exige sua formação robusta, para a utilização fluente em um projeto acadêmico ou oportunidade de emprego. A geração Alpha, nascidos entre 2010 e 2025, serão a geração mais educada de todos os tempos. Por isso, ser bilíngue, não será exceção, mas será mais comum do que imaginamos hoje. Por isso, as escolas já estão se preparando para essa geração que virá muito mais multicultural no futuro.
Sobre o/a autor/a
Diogo Rodrigues
CEO da YES Intercâmbio, agência especializada em consultoria em ensino superior no exterior. Mais de 15 anos de experiência na área da Educação, com pós-graduação em Marketing, Business e Comunicação Internacional na Universidade da Califórnia Berkeley. Entre 2007 e 2009, trabalhou em instituições de Educação no Vale do Silício como Intrax e outras start-ups americanas. É graduado em Publicidade e Propaganda pela PUC-PR e fez MBA em Gerenciamento de Pessoas e Liderança pela Volvo. Co fundador e Diretor da REAL – Recognized Agents From Latam – Associação das Principais Consultorias de Educação da America Latina.