Mesmo causando espanto com suas viagens, tanto que chegou a ser chamado de palhaço planetário pela revista Carta Capital (“impávido, por onde passa o presidente do Brasil dá vexame com a certeza de agradar”), Bolsonaro agradece a “estadia gratuita” em hotel de luxo no Bahrein Manama, capital do Bahrein, na sua passagem pelo Oriente Médio…
E o vídeo “estadia” teve como objetivo mostrar o “respeito pelo dinheiro público”, mas, antes, vale apontar sentido (correto) das palavras. Estada: permanência de uma pessoa em um lugar, hotel, pousada, residência. E, ainda sem precisar consultar o dicionário do Aurélio, temos estadia: o tempo de permanência de um navio no porto.
Sigilo (para esconder gastos)
Desde 2019, quando Bolsonaro assumiu e impôs o seu desgoverno, não é possível saber detalhes dos gastos de seu cartão corporativo. Alegando segurança, o presidente impôs sigilos aos itens de suas compras. Mas, até o momento, pelo que foi possível apurar, graças às leis de acesso à informação, as despesas com motociatas quase chegavam a 3 milhões de reais. E, no Oriente Médio, uma comitiva de 69 integrantes da atual gestão passeou por Dubai ao custo de, no mínimo, 3,6 milhões de reais.
E outras travessuras recentes, muito embora menos luxuosas, também consomem altas somas – apesar do sigilo aos itens de suas compras. Isso mesmo: itens de suas compras, aqui e lá fora.
Quem paga a conta?
Com certeza não é ele.