A Arte & Letra é mais ou menos como aquelas plantas que teimam em crescer no deserto. Tudo joga contra, mas a editora/livraria estranhamente consegue não só se manter como ir crescendo. Num mundo de compras via Amazon e em que mesmo as livrarias de shopping vêm fechando as portas, a Arte & Letra sobreviveu à pandemia com uma produção impressionante: foram 20 livros publicados no período.
Para comemorar o feito, a editora vai fazer seu primeiro evento presencial depois de um ano e meio de reclusão e vendas por Internet. A Feira do Depois acontece no sábado, dia 11, e além de descontos vai ter como atração o lançamento do novo livro da escritora Luci Colin. Veja abaixo a entrevista que o editor Thiago Tizzot deu ao Plural.
Como foi a produção de vocês durante a pandemia? Lembro que no começo você estava meio reticente, e depois a coisa deslanchou.
A pandemia me obrigou a fazer várias mudança. Quando a pandemia começou eu cuidava de tudo, café, livraria e editora e era uma correria danada. Durante o tempo que o café ficou fechado eu pude me dedicar só aos livros e percebi que isso fazia uma enorme diferença. E a coisa deslanchou. Lançamos 20 livros, um recorde para nós, além de reimprimir muitos que acabavam.
Nesse período, as vendas caíram muito? A gente sabe das dificuldades financeiras da população neste momento…
O meu palpite é que uma série de coisas acabou compensando esse cenário horrível que temos na economia e as vendas cresceram. Uma coisa foi o fechamento de várias redes de livraria (Saraiva, Fnac, Cultura), outra foi uma busca das pessoas pelo comércio local, a pandemia trouxe um pouco disso e por último poder estar mais perto dos livros.
Vocês têm sido defensores implacáveis das livrarias de rua e em certo sentido resistem às pressões de outros meios de venda. Quais são as perspectivas com Amazon, clubes de livros etc pela frente?
As livrarias de rua e independentes são essenciais, não só por serem responsáveis por uma maior diversidade de autores e editoras, mas porque são um lugar onde as pessoas se encontram, conversam e trocam ideias. A Laura Erber falou esses dias, as livrarias de rua são muito mais que um lugar onde você vai para comprar um objeto, o livro. O mercado não é fácil, mas o que prejudica é quando se esquece que para o livro funcionar é preciso que uma série de peças sejam respeitadas, é um caminho que começa no autor e termina no leitor. Se você buscar atalhos, no final vai se perder. O que ainda não se discute é que muito pior que a prática predatória da Amazon é deixar um dos elos da cadeia de fora.
Tem alguns títulos desse período que você queira destacar?
Difícil destacar apenas alguns tem muita coisa boa. Relançar o Valêncio Xavier e o Jamil Snege é uma coisa que eu queria faz muito tempo e agora consegui. O livro da Lark foi uma surpresa que apareceu e foi muito legal. E o da Luci que vai ser lançado no dia da feira mesmo.
Fala um pouco sobre a feira?
A feira é uma maneira de agradecer aos autores, às pessoas que trabalharam para fazer os livros (na mão mesmo, quase todos os livros são artesanais) e aos leitores. Recebemos muitp apoio dos leitores durante esse período e foi fundamental para continuarmos. A feira vai acontecer dia 11, um sábado, os livros da Editora Arte & Letra vão estar com um descontão e muitos autores vãos estar presentes autografando seus livros. Além do lançamento do livro Com que se pode jogar da Luci Collin
Que bom ler o seu jornal, Sr, Rogério e ver a reportagem com o Tiago Tissot casado com minha sobrinha Larissa, prima da minha filha Haline. Parabéns