Primeira jornalista brasileira, Eugênia Moreyra chocou o Rio com sua ousadia

Podcast apresenta biografia de intelectual que sacudiu o país no século passado

Eugênia Moreyra é uma personagem que poucos brasileiros conhecem hoje, mas nem sempre foi assim. Quando ela morreu, em 1948, sua perda foi lamentada por gente como Drummond, Jorge Amado e José Lins do Rego. Considerada a primeira mulher jornalista do Brasil, ela fez história também como defensora do voto feminino e como uma intelectual respeitada no Rio de Janeiro.

A história de Eugênia, que é a personagem da semana do podcast “Quero te apresentar uma pessoa”, começa em 1914, quando a garota de 16 anos é contratada como repórter do jornal “A Rua” (na verdade, ninguém sabia qual era o feminino de repórter, e ela foi chamada de “reportisa”). No mesmo ano, ela chocou os cariocas ao abandonar a profissão anunciando que ia se internar num convento, mas na verdade era apenas um truque para tentar desvendar um crime passional famoso da época.

Apresentado por Sandi Bart e com pesquisa de Rogerio Galindo, o podcast “Quero te apresentar uma pessoa” é patrocinado pelo Colégio Internacional Esic, e mostra biografias de brasileiros que tiveram um papel relevante na sociedade mas que hoje não são muito conhecidos.

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1 comentário em “Primeira jornalista brasileira, Eugênia Moreyra chocou o Rio com sua ousadia”

  1. A primeira jornalista profissional do Brasil
    Nesta segunda (3.abr.2017), seria o 161º aniversário de Narcisa Amália de Campos. De São João da Barra, norte do Rio de Janeiro, Narcisa foi a primeira mulher a se profissionalizar como jornalista no Brasil. Fundou, em 1884, o jornal quinzenal Gazetinha, que tinha como subtítulo “folha dedicada ao belo sexo”. Colaborou também com dezenas de jornais e revistas, a maioria fluminenses. / Arriscou-se na literatura por duas vezes: seu primeiro e único livro de poesia, Nebulosas, alcançou grande repercussão nos meios literários em 1872, com poemas do Romantismo. Dois anos depois, em 1874, publicou um livro de contos, Nelúmbia. / A projeção nacional veio com seus artigos que defendiam as mulheres e o fim da escravidão, como a crônica “A mulher no século XX”:
    “O que diria a idade de ouro da selvageria, quando o homem tinha o direito de vida e de morte sobre a sua companheira? Quando a mulher carregava-lhe a bagagem na emigração, a antílope morta – na caçada e roía os ossos em comum com os cães? Desprezada, embrutecida, castigada e vendida, a mísera arrastava o longo suplício de sua existência até que a morte viesse libertá-la e a pá de terra levantasse entre ela e o seu opressor uma eterna barreira. Nada há que justifique essa tenaz perseguição da mulher; e entretanto foi perpetuada de século a século! Na Ásia, de rosto sempre velado, ignorante e submissa como um cão, trabalhava, comia e chorava à vontade do senhor, sem que uma palavra de simpatia jamais lhe dilatasse o coração; na Índia, levavam-na mais longe: atiravam-na à fogueira no dia em que lhe expirava o marido! Em Babilônia era vendida em praça pública; em Esparta, escolhida ao acaso; em Atenas, circunscrita nos gineceus. Batida, aviltada e corrompida pelo homem, a mulher romana, por sua vez, bate, avilta e corrompe o homem no filho”.
    Mais de um século e meio anos depois, elas são maioria nas redações // Segundo uma pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina com a Federação Nacional dos Jornalistas, as mulheres eram 64% das profissionais em redações, em 2012. Nos passos de Narcisa, mulheres lideram hoje novos empreendimentos jornalísticos, como Agência Pública, Aos Fatos, Agência Lupa. E dedicam-se a veículos que têm a desigualdade de gênero como aposta editorial. // Ao mesmo tempo, persistem relatos de assédios às profissionais, a ponto de originar um movimento para combater a prática. A ABRAJI prepara, em parceria com a Gênero e Número, uma pesquisa inédita sobre o tema. O resultado deverá ser lançado no 12º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo.

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