Servidores da Agricultura reforçam greve por 81 minutos diários 

Tempo corresponde a 17% do período trabalhado diariamente. Ato começa em Curitiba mas pode se estender

A partir de segunda-feira (15/7), os servidores públicos do Paraná, em greve desde 25 de junho, ganham um reforço nas ações do movimento. Para pressionar o governo a um acordo, os funcionários da Secretaria de Agricultura do Paraná (SEAB) e da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) vão paralisar suas atividades durante 81 minutos todos os dias. O protesto, que será inicialmente em Curitiba, é um ato simbólico de apoio mas pode se estender a todo o estado, assim como, elevar o tempo de paralisação dos trabalhos.

Os 81 minutos correspondem a 17% do tempo trabalhado pelos servidores por dia, porcentagem que representa a perda dos trabalhadores nos últimos anos.  “Fizemos os cálculos e estes 81 minutos correspondem aos 17% que o governo está deixando de remunerar aos servidores. Então, faremos uma greve de 81 minutos todos os dias, que tende a aumentar, obviamente, se não houver uma sensibilização por parte do governador”, garante Donizete Silva, presidente do Sindseab e coordenador do Fórum das Entidades Sindicais (FES).

De acordo com ele, vários funcionários da agricultura, agropecuária e meio ambiente já aderiram ao movimento. Há vários escritórios totalmente parados, como em Maringá. Só em Curitiba que o ato, por enquanto, será um alerta, uma forma de chamar a atenção também do secretário da Agricultura, Norberto Ortigara. “Eles fizeram reuniões nesta semana, mas Ratinho continua irredutível. Por isso, decidimos intensificar a greve e estender os protestos para as demais unidades do estado”, esclarece o presidente. “Estamos dando mais um voto de confiança ao governador, mas se continuar nesta linha de não atender a comissão de greve e punir os trabalhadores com faltas, a tendência é que a revolta dos servidores, que já não está pequena, aumente ainda mais, pois a perda é muito grande.”

Donizete lembra que não é aceitável o discurso de que não há dinheiro para pagar a reposição da inflação aos grevistas. “Somos paranaenses e não queremos quebrar o estado, como Ratinho diz. Temos consciência; trabalhamos há vários anos no serviço público. Poderíamos reivindicar os 17% em uma vez só, mas estamos pedindo apenas a inflação dos últimos 12 meses, justamente porque temos responsabilidade fiscal e estamos solicitando aquilo que, de fato, o Estado tem condições de atender”, reforça.

De acordo com o FES, as perdas salariais dos últimos três anos somam 17%. Neste período, os servidores estão sem reposição. Ainda assim, a reivindicação da categoria na greve é de 4,94% de reajuste, correspondentes à inflação do último ano. Até agora, porém, a única proposta de Ratinho, apresentada à imprensa, não foi aceita pelas 28 categorias que apoiam a greve.

Ato unificado reuniu milhares de grevistas no Centro Cívico na última terça-feira (9/7). Foto: Giorgia Prates/Plural

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