Reunião para discutir acusações de racismo no CEP vira caso de polícia

Mãe de um aluno que integra o Coletivo Preto do Colégio Estadual foi detida por policial que é pai do estudante acusado de cometer atos racistas

Nesta segunda-feira (20) a mãe de um aluno do Colégio Estadual do Paraná (CEP), em Curitiba, foi detida por um policial militar, pai de outro estudante, durante uma reunião de pais por conta de práticas racistas envolvendo o adolescente.

A mulher gravou o momento da detenção e vê abuso de autoridade. Ela foi mantida em uma sala da escola e impedida de sair depois de afirmar que o PM usava da profissão para intimidar os demais participantes.

Coletivo

Estudantes do Coletivo Preto do CEP fizeram um protesto no dia 17 contra o aluno acusado de atos racistas, durante a aula de filosofia. Nesta ocasião foi registrado boletim de ocorrência contra um dos membros do coletivo por ameaça contra o estudante que agiu de forma racista em relação a outro colega.

Depois disso a direção marcou a reunião para conversar com os pais dos três alunos: o acusado de atos racistas, a vítima e o representante do coletivo.

Em nota a Secretaria Estadual da Educação (SEED) afirmou que “os responsáveis pelos alunos foram convocados pela escola para resolver a questão em nível pedagógico, mas durante a reunião, o pai do estudante, que é sargento, deu voz de prisão à mãe da aluna vítima de racismo. A direção do colégio agiu imediatamente, acionando o Batalhão de Patrulha Escolar Comunitária (Bpec), que prosseguiu com a condução dos envolvidos à delegacia onde – por parte da mãe da estudante – foi registrado boletim de ocorrência por abuso de autoridade e, pelo sargento, por desacato”.

O Plural apurou, no entanto, que até a manhã desta terça-feira (21) havia apenas um boletim de ocorrência registrado – contra a mãe do aluno membro do coletivo, por calúnia.

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Ainda de acordo com a SEED, embora a situação esteja “além do escopo da escola”, a direção está “oferecendo apoio às vítimas tanto de racismo quanto de abuso de autoridade”.

O caso é investigado pela Polícia Civil (PC) e um audiência está prevista para fevereiro do ano que vem.

Repercussão

Depois da circulação do vídeo nas redes sociais o caso ganhou repercussão. Na sessão da Câmara de Vereadores desta terça-feira (21) o conteúdo foi exibido. “Qual foi o crime que ela cometeu? Falar sobre uma situação de racismo?”, questionou a vereadora Giorgia Prates.

Para esta terça-feira (21) está previsto um ato contra o racismo em frente ao Colégio Estadual do Paraná, no Centro Cívico. A Polícia Militar do Paraná (PMPR) está apurando a conduta do sargento.

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1 comentário em “Reunião para discutir acusações de racismo no CEP vira caso de polícia”

  1. Não é de hoje que as ocorrências dentro deste colégio vêm acontecendo e sendo camufladas.
    Em uma reunião pedagógica um policial entrar fardado e armado?
    O quanto é necessário continuar falando e combatendo o racismo. Racismo é crime, racismo é crime e a importância da lei 10.639.
    Assistentes Sociais e Psicólogos com urgência dentro das escolas.

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