Ratinho Jr. vai manter escolas militares de programa em extinção por Lula

O Paraná vai migrar para seu programa próprio as escolas cívico-militares vinculadas ao projeto federal em vias de extinção pelo MEC

Estado com o maior número de escolas militarizadas em todo o país, o Paraná afirmou que vai migrar para seu programa próprio as unidades cívico-militares hoje vinculadas ao projeto federal criado por Jair Bolsonaro e agora em vias de extinção pelo Ministério da Educação (MEC).

O governo Lula confirmou, nesta quarta-feira (12), o fim do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, uma das principais propagandas de Bolsonaro na Educação. Segundo o governo do Paraná, as 12 escolas do estado vinculadas à proposta serão absorvidas pela rede de unidades militarizadas própria do estado, formada atualmente por 195 colégios estaduais.

A medida comunicada pela Secretaria de Estado da Educação (Seed) vai ao encontro da proposta de Ratinho Jr. (PSD) de duplicar o número de colégios cívico-militares no Paraná. Em meio ao crescimento de casos de ataques e mortes violentas em instituições de ensino do país, o governador anunciou em abril que vai ampliar a quantidade de escolas da modalidade como resposta à crise de segurança – embora especialistas enxerguem com receio esse tipo de providência.

Assim como foi para Jair Bolsonaro, as escolas cívico-militares continuam sendo uma das principais estratégias do governador paranaense na Educação. Quando ainda presidente da República, Bolsonaro e Ratinho, aliados, fizeram do Paraná vitrine para a nova categoria de ensino no país.

Além do programa Federal, o Paraná criou seu próprio modelo. A lógica defendida é que o trabalho de policiais militares nas tarefas de gestão e disciplina das escolas exigiria mais “disciplina e respeito” dos alunos e, consequentemente, refletiria nas métricas do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), indicador que guia toda a política pedagógica da gestão Ratinho.

Desde o início, no entanto, o programa dribla a falta de interesse de militares. Ainda em 2021, pouco mais de um ano depois da implementação do projeto, o Estado teve de fazer abolir o cargo de diretor militar, pensado exclusivamente para policiais da reserva de patentes mais altas, para ver se conseguia atrair mais policiais aposentados para dentro das escolas.

No apagar das luzes do recesso, a Assembleia Legislativa aprovou, nesta terça-feira (11), projeto de lei que eleva em quase 60% o salário de PMs vinculados ao programa.

Transição

O comunicado enviado pelo MEC às secretarias de Educação de todos os estados anuncia o fim do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares de maneira “gradual” e com a desmobilização do pessoal das Forças Armadas envolvido na implementação até o fim do ano letivo. Ainda em campanha, Luiz Inácio Lula da Silva já havia sinalizado que não manteria o modelo.

A Secretaria de Educação do Paraná não informou se as escolas hoje dentro do programa federal fecharão o ano já dentro da rede de militarizadas do estado.

Em Curitiba, passarão pela transição as escolas Arlindo Carvalho De Amorim e Beatriz Faria Ansay. Na região metropolitana, Vinicius de Moraes (Colombo) e Carneiro C e Gal (Lapa). Já no interior, Heitor Furtado (Apucarana); Cataratas e Julia Wanderley (Cascavel); Tancredo Neves (Foz do Iguaçu); Heitor Rocha Kramer (Guarapuava). Adelia Barbosa (Londrina); Jose Alexandre Chiarelli (Rolândia) e Colares (Ponta Grossa).

Sobre o/a autor/a

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O Plural se reserva o direito de não publicar comentários de baixo calão, que agridam a honra das pessoas ou que não respeitem níveis mínimos de civilidade. Os comentários são moderados por pessoas e não são publicados imediatamente.

error: Conteúdo protegido
Rolar para cima