Professor da UEPG é demitido após assediar aluna por mensagens, áudios e vídeos

Defesa do professor Luciano Ribeiro Bueno, da UEPG, alegou que ele passava por "problemas psicológicos"

O professor Luciano Ribeiro Bueno, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), foi demitido no início deste mês por ter assediado sexualmente uma de suas estudantes. A decisão ocorreu após um Processo Administrativo Disciplinar (PAD), feito a pedido do reitor da universidade. De acordo com o relatório final do processo, o professor cometeu assédio sexual em julho de 2022, por meio de mensagens escritas, áudios e vídeos.

De acordo com notícia publicada pelo G1, a denúncia foi protocolada pela estudante junto à Ouvidoria da UEPG em agosto do ano passado. A demissão foi publicada no dia 9 de agosto no Diário Oficial do Paraná. Em uma das mensagens de áudio, enviados pelo professor que trabalhava no Departamento de Economia, ele pergunta o que a estudante quer para fazer sexo com ele.

A defesa do ex-professor alegou que o caso aconteceu em um período em que ele passava por “problemas psicológicos”. Por meio de nota, as advogadas afirmaram que devem levar à análise da Justiça o decreto de demissão do professor.  

Segundo o processo, Luciano Ribeiro Bueno estava afastado desde agosto de 2022. Quando enviou as mensagens, na época ele era chefe-adjunto do Departamento de Economia da UEPG. Bueno era professor colaborador da UEPG desde 2003. Em 2012, foi admitido como professor de carreira. De 2016 a 2020, foi chefe do Departamento de Economia.

O contato do professor com a aluna, por meio do WhatsApp, começou na madrugada de 21 de julho de 2022, com duas mensagens que foram apagadas. Pela manhã, novas mensagens foram enviadas à aluna.

Na conversa, o professor se apresenta e questiona o motivo da estudante não estar indo às aulas. Conforme o diálogo avança, ele informa que a jovem havia tirado nota baixa em um trabalho e oferece a possibilidade de ajuda em relação ao trabalho. 

Logo depois dessas mensagens, o professor já passa a enviar mensagens com propostas sexuais. Na defesa, o professor alegou ter interpretado mal os sinais e olhares da aluna. 

Durante o Processo Administrativo Disciplinar do professor, a comissão responsável  por julgar o processo não entrou em acordo em relação à demissão de Bueno. Diante da discordância entre a comissão, o reitor da universidade, Miguel Sanches Neto, solicitou um parecer jurídico da Procuradoria Jurídica da UEPG. 

O caso avançou para demissão de Bueno, que também enfrentou ações judiciais criminais. Em junho de 2023, ele concordou com um acordo que envolve o pagamento de indenização à vítima, cujo valor permanece em sigilo devido ao processo estar em andamento.

Além desse caso, a UEPG revelou estar investigando atualmente outras 11 denúncias de assédio sexual, e informou que o contato entre alunos e professores deve ser feito por e-mail institucional ou ferramentas on-line de educação à distância.

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